Uma publicação do Ministério da Justiça no Facebook defendendo a imigração de jihadistas para o Brasil causou rebuliço nas redes sociais, com protestos de internautas cristãos de diferentes linhas doutrinárias, além de inúmeros compartilhamentos entre os usuários da rede social.
Em uma publicação da campanha “Eu Também Sou Imigrante”, a legenda dizia que “Imigrantes de todas as partes do mundo ajudaram a construir nosso país”, ao lado da foto de uma senhora de 67 anos que é neta de espanhóis e portugueses.
Nos comentários, o internauta Heder Duarte ponderou que “imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil”, expressando sua preocupação com uma das estratégias mais ousadas do Estado Islâmico, que tem enviado terroristas à Europa disfarçados de imigrantes para criar células terroristas e perseguir cristãos.
A resposta da equipe comandada pelo ministro José Eduardo Cardozo (PT) foi tão desastrosa que um print screen tornou-se viral. “Temos que desconstruir alguns conceitos […] Os jihadistas, assim como qualquer outro povo, de qualquer outra origem, vêm ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merecem respeito”, disse o responsável pelo Ministério da Justiça no Facebook, demonstrando que a proposta feita pela presidente Dilma Rousseff (PT) em seu discurso na Assembleia da ONU em 2014, propondo diálogo com o Estado Islâmico, é um pensamento dominante no PT e tem sido adotada como política de governo.
Indignado, Duarte protestou: “Que absurdo. Eu não li isso. Jihadistas são aqueles terroristas radicais islâmicos que invadem cidades saqueando, roubando, espancando, torturando, estuprando e matando as pessoas. Não existe progresso nenhum no jihadismo. Eles vão exterminar todos os povos. Melhor manter-se informado sobre o califado internacional que sustenta grupos terroristas no Oriente Médio”, disse o internauta, dando um verdadeiro puxão de orelhas no responsável pela infeliz publicação.
Diante da enorme repercussão que a discussão tomou, o Ministério da Justiça optou por apagar o comentário que classificava os extremistas islâmicos como “progressistas” e, sem admitir a tentativa de “descontruir conceitos”, ateve-se a considerar o fato como um equívoco: “O Ministério da Justiça lamenta o erro cometido na resposta na qual confunde jihadistas com um povo. O erro crasso foi corrigido”.
Gafes recorrentes
Semanas atrás, outra publicação da mesma campanha gerou revolta por classificar o tráfico de negros para a cultura escravagista como imigração.
Em uma imagem, um jovem negro, identificado como Matheus Gomes, dizia: “Meu avô é angolano, meu bisavô é ganês. Brasil, a imigração está no nosso sangue”.
Uma internauta resumiu a indignação: “Imigrante? pessoas TRAFICADAS e ESCRAVIZADAS foram imigrantes? Alguém nos salve de um Ministério da Justiça desse!”. Em resposta, o Ministério da Justiça limitou-se a dizer que agradecia as contribuições dos comentários e apoiava a importante discussão sobre a escravidão na nossa história.