O reconhecimento do ministério pastoral feminino pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB) repercutiu entre os cristãos e na sociedade como um todo. A recente ordenação da pastora Luciana Pessanha Lacerda dos Santos fez com que outros casos semelhantes fossem retratados nas mais diversas publicações.
A revista Época destacou a importância do fato lembrando que a Convenção Batista Brasileira (CBB) ser o segundo maior grupo de fiéis entre os evangélicos, e a histórica influência que a denominação exerce nas demais denominações do país.
“Algumas práticas, como o batismo de adultos, e a doutrina, que prega que a salvação é alcançada pela fé, e não por uma predestinação divina, aproximam os batistas dos grupos pentecostais e neopentecostais”, escreveu o jornalista Ruan de Sousa Gabriel.
Em entrevista à revista, a pastora Zenilda Reggiani Cintra afirmou que a decisão de reconhecer o ministério feminino é um avanço: “A decisão da Ordem facilita o caminho para a ordenação de outras mulheres que atendem ao chamado de Deus”.
“Hoje, as igrejas estão em permanente diálogo. Decisões como essa têm impacto sobre todos os grupos”, comenta a teóloga Sandra Duarte de Souza, professora da Universidade Metodista de São Paulo.
Para destacar a influência dos batistas no cenário nacional, o jornalista Sousa Gabriel observa que a primeira Assembleia de Deus do Brasil foi fundada por dissidentes da Primeira Igreja Batista do Pará, e que o missionário R. R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) era membro de uma Igreja Batista antes de ajudar seu cunhado, Edir Macedo, a fundar a Igreja Universal e posteriormente, a IIGD.
A importância das mulheres no ambiente eclesiástico vem ganhando destaque na sociedade, e as declarações recentes do papa Francisco de que é preciso valorizar a atuação feminina na Igreja Católica contribuiu para uma maior atenção da mídia ao assunto.
Apesar das mudanças em andamento, o assunto não é unanimidade entre os cristãos, e o tema é visto como polêmico, pois os contrários à ordenação de mulheres ao ministério pastoral alegam que, dentre os discípulos que Jesus separou para apóstolos, não haviam mulheres.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+