O Ministério Internacional Ravi Zacharias (RZIM) confirmou que seu fundador, o apologeta que dá nome à entidade, “realmente se envolveu em má conduta sexual”. Ele faleceu em maio deste ano, e as acusações surgiram meses após sua morte, causada por um câncer.
O RZIM contratou a auditoria Miller & Martin PLLC para investigar alegações feitas contra Ravi Zacharias, e liberou um relatório na última quarta-feira, 23 de dezembro, pontuando que “infelizmente, a atualização da investigação provisória indica que esta avaliação do comportamento de Ravi é verdadeira”.
“Esta conduta imprópria é profundamente perturbadora e totalmente inconsistente com o homem que Ravi Zacharias apresentou tanto publicamente como em particular a tantos ao longo de mais de quatro décadas de ministério público”, acrescentou o relatório.
De acordo com informações do portal The Christian Post, os integrantes do RZIM afirmam estarem devastados pela situação das pessoas que “sofreram com a conduta imprópria de Ravi”.
As acusações
Massagistas de unidades de spa de propriedade de Zacharias o acusam de assédio sexual. Três mulheres que conversaram com o advogado Stephen Baughman, e com a revista Christianity Today, disseram que durante as sessões para tratar dor nas costas, ele se expunha, se masturbava e pedia fotos explícitas também para fazer sexo.
A equipe de investigação Miller & Martin disse que entrevistou dezenas de testemunhas, incluindo massoterapeutas que trabalharam nos spa’s Touch of Eden e Jivan Wellness, e revisou vários documentos e dispositivos eletrônicos usados por Zacharias.
“Combinando essas entrevistas com nossa análise de documentos e dados eletrônicos, encontramos evidências significativas e confiáveis de que o Sr. Zacharias se envolveu em má conduta sexual ao longo de muitos anos. Algumas dessas condutas inadequadas são consistentes e corroborantes com o que foi noticiado recentemente, e algumas das condutas que descobrimos são mais graves”, diz um trecho do relatório.
A investigação ainda está em andamento e deve ser concluída em janeiro ou fevereiro. A equipe recebeu “ampla discrição e autoridade para seguir pistas de outras condutas sexuais impróprias que possam surgir”, além das acusações das funcionárias das unidades de spa.
“Estamos com o coração partido ao saber disso, mas sentimos que é necessário sermos transparentes e informarmos nossa equipe, doadores e apoiadores neste momento, mesmo enquanto a investigação continua”, afirmou RZIM.
O relatório provisório foi publicado depois que um integrante do Ministério Internacional Ravi Zacharias lamentou como a entidade lidou com as acusações de má conduta sexual, incluindo alegações de filmagens de relações sexuais envolvendo Lori Anne Thompson, uma canadense, em 2017. O relatório final, segundo o RZIM, deverá ser divulgado assim que a investigação for concluída.