A ministra britânica das Igualdades, Penelope Mary Mordaunt, pediu às autoridades que investiguem as razões do dramático aumento de 4.415% nos casos de meninas que se identificam como transgênero. Ela busca esclarecer se a internet pode estar influenciando a forma como as garotas pensam sobre o assunto.
Os números indicam que o número de crianças encaminhadas para tratamento de gênero, como as injeções de hormônios, aumentou de 97 em 2009/10 para 2.519 em 2017/18. O mais impressionante é que, entre as meninas, o número subiu de 40 para 1.806, o que significa que as garotas estão mais propensas a se identificarem como meninos do que vice-versa.
No total, 45 crianças tinham seis anos ou menos, e as mais jovens tinham apenas quatro anos. 63% das crianças e adolescentes que se identificaram com o gênero oposto tinham um ou mais diagnósticos de transtorno psiquiátrico ou deficiência do neurodesenvolvimento antes de anunciar que queriam mudar de gênero.
Os dados do sistema de saúde no Reino Unido mostram que quase metade das crianças e adolescentes haviam feito comentários negativos sobre si mesmos, enquanto 50% sofreram um evento traumático, como bullying ou abuso sexual.
Na Inglaterra, em 2017, os registros mostram que 800 crianças descontentes com o sexo biológico receberam injeções de bloqueio da puberdade, incluindo algumas com apenas 10 anos, segundo o portal Express.
A Dra. Lucy Griffin, psiquiatra consultora da Bristol Royal Infirmary, admitiu que estava “extremamente preocupada” com os efeitos a longo prazo que essa medicação teria sobre os jovens, e alertou que os tratamentos podem torná-los inférteis, causar osteoporose e resultar em disfunção sexual.
Os remédios incluem drogas “bloqueadoras da puberdade”, que interrompem o início da idade adulta, e “hormônios sexuais cruzados” que iniciam o processo de transição de um sexo para outro.
Em um artigo escrito para a revista científica Psychological Perspectives no ano passado, a psicoterapeuta Lisa Marchiano, da Filadélfia, escreveu: “Em sites como o YouTube, milhares de vídeos caseiros registram as transições de gênero entre adolescentes”, alertou.
Muitos dos vídeos trazem na imagem de destaque as cicatrizes de meninas que fizeram a mastectomia precocemente, com chamadas do tipo “Eu finalmente tenho liberdade!”, ou “Eu não sou mais pré-T!”, numa referência à injeção de testosterona.
“’Meu nome é Cameron! Eu sou uma pessoa não-binária/trans de 19 anos vivendo em Ohio!’; ‘Estou animado em dizer que ontem foi minha primeira injeção! Estou tão feliz com a pessoa que estou me tornando’. Quase todos esses [casos são de pessoas que] têm menos de 25 anos de idade”, alertou Marchiano.
A psicoterapeuta afirmou que os jovens também estavam encontrando “validação” nas redes sociais para o seu auto-diagnóstico como transgênero. “O blog transgenderreality.com detalha meticulosamente o processo pelo qual um jovem questionador é encorajado a entender seus sintomas como evidência de ser trans. Jovens no Reddit e em outros sites de mídia social explicam que começaram a se perguntar se eram trans porque gostavam de criar avatares de sexo oposto em jogos online e gostavam das roupas ou penteados do sexo oposto”, relatou a especialista.