Atuar como missionária nas diversas partes do mundo não é uma tarefa fácil para quem deseja cumprir o “Ide” de Jesus Cristo. Isso porque os riscos são inúmeros, os quais não envolvem apenas a perseguição religiosa.
Estão envolvidos também os impactos emocionais/psicológicos profundos, como observou uma cristã americana chamada Melanie.
Melanie testemunhou o que viu durante o seu trabalho de campo no Malawi, um país africano que concentra uma das regiões mais pobres do mundo. Antes, a evangelista a só havia contribuído com missões financeiramente, até resolver ir ao campo.
“Vivemos no Malawi há dez anos. Meu marido, Tim, e eu estamos envolvidos em compartilhar as boas novas para um grupo de pessoas não alcançadas, em uma comunidade islâmica popular”, disse ela.
“Quando chegamos aqui, eu estava completamente louca. Tudo parecia ter saído de um ‘anúncio da Visão Mundial’: as cabanas nos vilarejos, mercados, estradas cheias de gente, mulheres carregando pacotes nas cabeças. E agora eu estava vivendo entre essas pessoas, não apenas enviando dinheiro de um lugar distante”, destacou.
Missionária carregando cadáver
Melanie contou que antes de se mudar para o Malawi não havia presenciado a imagem de qualquer cadáver em sua vida, até que isso se tornou normal por causa da precariedade observada no país africano.
“Eram histórias das quais eu fazia parte: morte por HIV / Aids, malária que não foi tratada a tempo, desnutrição, morte no parto, morte por hemorragia séptica que não foi tratada, morte de uma criança que caiu de uma mangueira…”, disse ela.
“Antes de vir para o Malawi, nunca tinha visto um cadáver e agora os carregava no meu carro”, ressaltou a missionária.
Entre os grandes desafios de quem dedica a sua vida para missões, além da perseguição religiosa explícita, estão os problemas emocionais. Cenas de horror, pobreza, opressão e injustiça se acumulam em determinadas regiões do mundo.
A forma que a missionária Melanie encontrou para lidar com isso é se recordar que todo o sofrimento na Terra terá um fim, e que cabe aos cristãos o anúncio do que está por vir, quando Jesus Cristo irá retornar e restaurar a paz. Isso é o que motiva o coração da missionária.
“A bagunça que fizemos aqui na terra, os horrores que vemos ao nosso redor não são o plano ‘normal’ de Deus para nós. Para mim, tenho que acreditar que meu verdadeiro lar é no céu. Não está aqui”, disse ela, segundo o Eternity News.
“Eu tenho que aceitar minha vulnerabilidade. Eu tenho que trabalhar com esse quebrantamento. Eu tenho que acreditar na força de Deus e confiar que ele ainda não terminou comigo”, conclui.