O recente ataque realizado por extremistas islâmicos do ISIS na França voltou a levantar o debate sobre o terrorismo, e impulsionou um grande número de manifestações contrárias a este tipo de violência, inclusive entre os muçulmanos. Porém, muçulmano ligado ao grupo extremista deu uma recente declaração afirmando que “a morte dos infiéis deve continuar”.
Uma reportagem feita pela CNN ouviu diversos fiéis muçulmanos no Brasil que, em sua maioria, condenaram os ataques e comentaram sobre como atos como este acabam por marcar negativamente todo um grupo religioso.
– Sentimo-nos traídos, como se todos os muçulmanos tivessem levado um tapa na cara – afirmou Alí Ahmad Samaoui, em entrevista à CNN.
– Os muçulmanos acabam sendo duas vezes vítimas, vítimas desses loucos que cometem estes atos sem nenhum fundamento religioso, e vítima também da incompreensão das pessoas agredidas, que começam achar que é por causa da nossa religião que eles estão fazendo essa ação (os ataques terroristas) – completou o também muçulmano Idriss Deme.
Porém, a reportagem da CNN afirma que vozes discordantes deste discurso de paz, pressionados por dirigentes da mesquita para não se expressarem diante das câmeras, dizem entender as motivações dos que cometem atos como o recente ataque ao jornal francês Charlie Hebdo.
A reportagem acompanhou ainda uma celebração realizada em uma mesquita no Rio de Janeiro, onde o líder religioso ressaltou que grupos extremistas mancham a imagem da religião. Porém, no meio da celebração, um dos fiéis se levantou contra o discurso de paz, e afirmou que o terrorismo é “obrigatório no Islã” e que “a decapitação dos inimigos de Alá devem continuar”. O fiel exibiu ainda uma camiseta do ISIS, que se auto proclama “Estado Islâmico”.
Alí Momade, que comandava a celebração religiosa no momento da manifestação pró-terrorismo, comentou sobre o ocorrido, afirmando que o discurso pró-terror proferido no templo viola os princípios da religião e as regras do templo.