Saulo de Tarso, no caminho de Damasco, teve um encontro com Jesus justamente no momento em que viajava para perseguir cristãos. A mesma situação ocorreu com um ex-muçulmano que foi a um culto para interromper a celebração, mas terminou entregando sua vida ao nazareno.
O alvo preferido de Roman (nome alterado por razões de segurança) eram os cristãos que haviam deixado o islamismo. Ele era um extremista muçulmano que considerava essas pessoas como “traidores da verdadeira fé”, segundo informações da Missão Portas Abertas.
“Eu considerava ‘traidores’, todos os cristãos de origem muçulmana”, contou Roman, que confrontava, perseguia, desafiava e atormentava cristãos.
No entanto, durante um Ramadã, anos atrás, ele estava em jejum e decidiu que iria fazer perguntas confusas a cristãos, para fazê-los tropeçar e duvidarem de sua fé em Jesus. Esse comportamento se repetiu e, em 2017, ele decidiu que iria agir de forma mais ousada e intensa, e foi a uma Igreja Batista de sua região para “interromper os traidores da verdadeira fé”.
“Fui ao culto daquela igreja durante o Ramadã, porque me considerava um muçulmano devoto. Eu [queria] provar minha fé em Alá, interrompendo aquilo que eu considerava uma traição ao Alcorão”, relatou Roman.
Ao chegar ao templo, sentou-se e começou a repassar seu plano mentalmente. No entanto, quando o culto começou e o pastor passou a pregar, Roman não conseguiu por seu plano em prática. As palavras que ouviu o deixaram sem ação.
“Pela primeira vez ouvi sobre um Deus que me amava. Eu nunca soube que o Deus Todo-Poderoso me amava, embora eu não seja perfeito”, relembrou. O contato com a mensagem de amor do Evangelho cicatrizou feridas internas com as quais ele não conseguia lidar. “Esse pensamento [de ser amado, embora eu não seja perfeito], nunca entrava em minha mente. Eu sempre me sentia culpado. Eu sentia que tinha que ganhar a atenção de Deus pelo o que eu fazia”, acrescentou.
Às lágrimas, ele foi tomando conhecimento sobre a disposição de Deus em perdoar e demonstrar misericórdia a quem o busca. De perseguidor, Roman estava se tornando um seguidor de Jesus.
O testemunho de Roman não se difere do homem transformado em apóstolo dos gentios: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”, disse Paulo na carta aos Gálatas 2:20.
“Eu nunca mais voltarei à fé muçulmana”, disse Roman, que agora enfrenta a perseguição que ele protagonizava anos atrás.