Uma mulher diagnosticada com degeneração macular juvenil incurável que a deixou reconhecidamente cega por 13 anos recuperou instantaneamente a visão depois que seu marido, um pastor, impôs as mãos e fez uma oração por um milagre.
O relato, diferentemente do que se vê usualmente, faz parte de um estudo recente do Instituto Médico Global de Pesquisa (GMRI, na sigla em inglês).
O estudo da alegação de milagre foi conduzido pelo professor de ciências psicológicas e cerebrais da Universidade de Indiana e pelo presidente do conselho da GMRI, Joshua W. Brown, além de Kenn Freedman, professor associado de oftalmologia da Texas Tech University, o radiologista aposentado David Zaritzky; e Clarissa Romez, associada de pesquisa da GMRI.
“Este relato de caso 15 examina a oração intercessora proximal (PIP) associada a uma recuperação notável da visão em um paciente com degeneração macular juvenil (DMJ). PIP refere-se à oração de contato direto, frequentemente envolvendo toque, por uma ou mais pessoas em nome de outra”, diz um trecho da introdução do estudo publicado na revista Science Direct.
Conforme o portal The Christian Post, os pesquisadores foram informados de que a mulher – cuja identidade foi mantida anônima – tinha 18 anos quando perdeu a maioria de sua visão central em um espaço de três meses em 1959. Sua condição se deteriorou nos 12 anos seguintes, a ponto de ela precisar de uma bengala e aprender a ler braille.
No entanto, quando seu marido impôs as mãos e orou por ela, em 1972, sua visão voltou instantaneamente. O registro médico de que ela realmente havia sido cega e que, posteriormente, recuperou a visão, se tornou objeto de estudo: “No exame do fundo do olho, havia áreas densas de atrofia branco-amarelada em cada fóvea e o indivíduo foi diagnosticado com degeneração macular juvenil (DMJ). O presente caso de recuperação repentina e duradoura da degeneração macular juvenil é único na literatura”, diz a introdução da publicação na Science Direct.
Sediada em Cleveland, Tennessee, a GMRI revisa “testemunhos baseados em evidências de vários ministérios que aplicam métodos rigorosos de pesquisa para mostrar os efeitos da oração intercessora proximal na resolução de condições que normalmente teriam um prognóstico ruim”.
Pesquisadores da organização também estão desenvolvendo ensaios clínicos aleatórios e controlados para constatar os efeitos da oração. A oração intercessora proximal – ou imposição de mãos, no jargão evangélico – refere-se à oração por contato direto, que frequentemente envolve o toque de uma ou mais pessoas em nome de outra.
Os pesquisadores observaram que à época, a mulher havia concluído um programa para aprender a usar uma bengala e ler braille. Mas ela relatou ter sido curada em agosto de 1972.
“O PIP foi apresentado em uma tradição cristã, estendida a Deus, pois ambos pediram que sua visão fosse restaurada naquela noite. Quando o casal foi para a cama mais tarde do que o normal (depois da meia-noite), o marido realizou uma prática devocional espiritual apressada (lendo dois versículos da Bíblia) e ajoelhou-se para orar”, contextualizou o estudo.
Segundo a mulher, ela e o marido começaram a chorar quando ele começou a orar com a mão no ombro dela enquanto ela deitava na cama. “Com grande sentimento e ousadia, ele orou: ‘Oh, Deus! Você pode restaurar […] a visão hoje à noite, Senhor. Eu sei que Tu podes! E oro para que Tu faças isso hoje à noite’”, explica o estudo, reproduzindo as palavras do marido. “No final da oração, a esposa dele abriu os olhos e viu o marido ajoelhado na frente dela, que foi sua primeira percepção visual clara após quase 13 anos de cegueira”.
Enquanto a mulher e seu marido nunca duvidaram da possibilidade de dons espirituais e curas nos dias atuais, nunca haviam experimentado algo assim em sua jornada de fé. “As únicas curas que conhecíamos estavam na Bíblia”, contou a mulher, que embora fosse casada com um pastor batista, nunca tinha ficado sabendo de um caso com recuperação tão notável.
“Em resumo, a paciente ficou cega por [13] anos por causa de uma condição que parecia ser uma forma grave da doença de Stargardt”, escreveram os pesquisadores. “Após um evento PIP, sua visão foi restaurada espontaneamente e permanece intacta até o momento, 47 anos depois”.
O estudo afirma que os sintomas foram “resolvidos” no contexto da oração intercessora pessoal. Um aspecto notável da recuperação, de acordo com o estudo, é a “aceitação teológica da oração de cura com crenças específicas reconhecidas pela autoridade de Jesus”.
O estudo (confira aqui o PDF em inglês) conclui que os resultados da pesquisa e outros semelhantes “justificam o investimento em pesquisas futuras para verificar se e como as experiências de PIP podem desempenhar um papel na aparente resolução espontânea de condições ao longo da vida sem, de outra forma, prognóstico de recuperação”.
“O que as pessoas precisam entender é ‘eu era cega’, totalmente cega e frequentava a Escola para Cegos. Eu li braille e andei com uma bengala branca”, resumiu a mulher aos pesquisadores. “Nunca tinha visto o rosto de meu marido ou filhas. Estava cega quando meu marido orou por mim. Então, assim, em um momento, depois de anos de escuridão, eu pude ver perfeitamente! Foi milagroso! A foto da minha filha estava na cômoda. Eu pude ver como era minha filha e meu marido. Eu pude ver o chão, os degraus. Em segundos, minha vida mudou drasticamente. Eu pude ver, pude ver!”, finalizou ela.