Uma mulher morreu com uma infecção no maxilar quando era tratada por membros de uma igreja ilegal na cidade do Sumbe, Kuanza Sul, noticiou a Rádio Nacional de Angola.
A vítima, Deolinda Alberto, de 30 anos, que faleceu na terça-feira, segundo a Rádio Nacional de Angola, deu entrada no hospital geral do Sumbe a 30 de Outubro, onde permaneceu até domingo a receber tratamento médico.
Segundo a chefe de seção de cirurgia e ortopedia da unidade hospitalar, Margarida Bali, o estado de saúde da vítima era preocupante.
“Ela fez a medicação da manhã e depois disso fugiu. Perguntámos às outras pacientes e informaram-nos que os seus familiares a tinham levado para uma igreja”, disse Margarida Bali.
Entretanto, a responsável da “Cura Divina de São Salvador”, Felismina Agostinho Adão, encontra-se detida e a igreja foi encerrada por orientação da administração do Sumbe.
Este caso ocorre depois de o Governo angolano se ter manifestado preocupado com o crescente número de seitas e igrejas ilegais no país e após duas igrejas ilegais terem sido encerradas, há duas semanas, em Luanda, por manterem em cativeiro 40 “crianças feiticeiras” a quem infligiam vigorosos maus tratos com o fim de as libertarem dos “maus espíritos”.
A responsável da igreja onde morreu Deolinda Alberto confirmou em declarações à rádio angolana a entrada da vítima na referida igreja, onde foi submetida a alguns tratamentos.
“Vimos o estado dela, por isso peguei um pouco de água com sal e esfreguei a boca para tirar aquele lixo”, explicou Felismina Adão, que vive em Luanda, capital de Angola, onde também existe a igreja “Cura Divina de são Salvador”.
Felismina Adão referiu que em Luanda esta igreja “está habituada” a tratar casos do género e foi o que fez com a vítima.
“Ela perguntou-me se ia morrer e eu respondi-lhe que precisava ter coragem e entregar tudo a Deus”, disse.
Há duas semanas, 40 crianças angolanas acusadas de serem feiticeiras pelas famílias foram resgatadas pela Polícia Nacional do interior de duas igrejas ilegais, em Luanda, no município do Sambizanga, que tinham a missão de as curar.
As crianças que, para a sua “cura”, eram submetidas a maus-tratos, foram, resgatadas e enviadas para um centro infantil de acolhimento de crianças em dificuldades, onde permanecem até agora para receber acompanhamento psicológico.
Na operação de resgate das crianças, as líderes das duas igrejas, “Revelação do Espírito Santo” e “Boa Fé”, foram presas e as igrejas foram demolidas.
O Governo está a tratar das formalidades para processar judicialmente as responsáveis por estas duas igrejas e os familiares das crianças que as entregaram para “tratamento”.
Fonte: Diário Digital