Qualquer discussão sobre mulheres servindo como pastoras nas igrejas da Convenção Batista do Sul (SBC) deve seguir os parâmetros de “decisões passadas” feitas pela própria entidade. A maioria dos líderes rejeitam a ordenação de mulheres ao sacerdócio.
Em uma declaração conjunta, o presidente do Comitê Executivo da SBC, Jared Wellman, e o presidente da convenção (a maior dos EUA), Bart Barber, disseram que o “compromisso em afirmar a política batista do sul e a fé e a mensagem batistas permanece central” no debate em andamento sobre pastoras.
O tema ganhou atenção na semana passada após um pastor do estado da Virgínia divulgar uma carta aberta ao Comitê Executivo.
O documento, escrito pelo pastor Mike Law, da Igreja Batista de Arlington, na Virgínia, pediu ao conselho que recomende uma emenda à constituição da SBC para incluir palavreado exigindo que as igrejas batistas do sul não “afirmem, nomeiem ou empreguem uma mulher como pastora”.
Desde sua publicação, a carta – intitulada “Um chamado para manter nossa unidade” – recebeu mais de 800 assinaturas em apoio à moção de Law, que foi apresentada inicialmente em junho na Reunião Anual da SBC em Anaheim, Califórnia.
Wellman e Barber reconheceram que, embora a SBC não tenha discutido formalmente o assunto na última reunião anual na cidade de Anaheim, ambos estão “comprometidos em permitir que essas questões cheguem aos mensageiros” na próxima Reunião Anual da SBC, que ocorrerá em Nova Orleans, Louisiana, em junho de 2023.
A constituição e os estatutos da SBC só podem ser alterados pelo voto dos mensageiros na Reunião Anual. Para a inclusão de uma proibição expressa à ordenação de mulheres ao ministério pastoral, é necessário aprovar a mudança durante o evento.
Os mensageiros são representantes de igrejas Batistas do Sul cooperantes que se reúnem para decidir sobre questões de política e orçamento para a convenção. Wellman e Barber também declararam apoio à Fé e Mensagem Batistas, a declaração da Convenção de fé, acrescentando: “Cremos que o ofício de pastor é limitado a homens qualificados pelas Escrituras”.
“Estas palavras representam nossas próprias convicções doutrinárias individuais. Mais importante, essas palavras representam os sentimentos do corpo mensageiro em suas decisões passadas. Ao cumprirmos nossos próprios deveres, faremos isso de maneira a implementar essas decisões passadas que os mensageiros nos deram”, acrescentaram.
Se a SBC decidir em última análise alterar a constituição da Convenção, qualquer igreja que viole os estatutos da SBC não fará mais parte da entidade.
Em sua carta, o pastor Mike Law observou que a declaração da Fé e Mensagem Batista adotada em 2000 já afirma que “enquanto homens e mulheres são dotados para o serviço na igreja, o ofício de pastor é limitado a homens qualificados pelas Escrituras”.
Antes disso, Law disse que a SBC – por meio de sua “Resolução sobre a ordenação e o papel das mulheres no ministério” – já reconhece que a Bíblia “exclui as mulheres da liderança pastoral” e das “funções pastorais”: “Este assunto foi resolvido há muito tempo pelos batistas do sul”, frisou.
Em outubro, os curadores do Seminário Teológico Batista do Sul em Louisville, Kentucky, aprovaram por unanimidade uma resolução encorajando a administração do seminário a continuar treinando teologicamente homens e mulheres, “mas com homens reservados apenas para o ofício e função, e assim o título de pastor”.
“Fica ainda resolvido que este Conselho encoraja a administração e o corpo docente do Seminário Teológico Batista do Sul a continuar seu treinamento teológico com esta convicção declarada – graduando homens e mulheres para o serviço à igreja, mas com homens reservados apenas para o ofício e função, e assim título de pastor”, diz um trecho do documento, de acordo com informações do portal The Christian Post.