O número de atletas transgêneros que desejam realizar disputas de acordo com a sua autopercepção sexual tem crescido nos últimos anos. Diante disso, o Conselho Mundial de Boxe resolveu emitir um comunicado proibindo a competição entre homens biológicos e mulheres.
Homens biológicos, no caso, tratam-se de “mulheres trans“. Isto é, pessoas nascidas com o sexo masculino, mas que se identificam como do sexo feminino. Numa eventual luta de boxe feminina, portanto, seria como ter um homem lutando contra uma mulher, biologicamente falando.
Por causa disso, o Conselho Mundial de Boxe resolveu proibir essa possibilidade, explicando os seus motivos na nota intitulada “Declaração/Diretrizes sobre a participação de atletas transgêneros em esportes profissionais de combate”.
“O WBC defende dois atletas igualmente qualificados e combinados competindo no cage ou ring, em um campo de jogo nivelado e para manter as partidas justas, competitivas, divertidas e, mais importante, seguras para todos os combatentes”, diz o documento.
A nota explica ainda que a decisão do órgão é baseada na suposta falta de consenso sobre as diferenças fisiológicas entre os corpos da mulher trans e da mulher biológica. Diante disso, resolveu-se manter o formato simplificado, que é a luta apenas entre sexos iguais.
“Não há consenso se uma luta entre uma mulher transgênero contra uma mulher biológica é uma luta justa entre dois concorrentes iguais”, diz o comunicado. O Conselho de Boxe também lembrou que a medida visa preservar a integridade física dos atletas.
“No nível atual de conhecimento científico, o consenso do WBC é que permitir que atletas transgêneros compitam levanta sérias preocupações de saúde e segurança”, diz a entidade, que conclui levantando a preocupação de algum competidor poder “ter uma vantagem injusta” sobre o outro.
Preocupação legítima
De acordo com um estudo do British Journal of Sports Medicine, de fato, a mulher trans numa competição de boxe possui, sim, vantagem sobre a mulher biológica, mesmo já tendo passado pelo processo de feminilização hormonal.
Com isso, o Conselho Mundial de Boxe reforça que tal vantagem pode acarretar em graves prejuízos para a competidora feminina, tendo em vista os riscos envolvidos numa luta.
“Esses esportes apresentam um risco extremamente alto de lesões neurológicas agudas e crônicas”, diz a entidade, segundo informações do Christian Post.