No último final de semana, viralizou nas redes sociais uma música da cantora Aymeê Rocha, chamada “Evangelho de Fariseus”, que foi rapidamente compartilhada por diversos internautas, incluindo personalidades públicas, como a senadora Damares Alves.
A canção foi tocada durante a apresentação de Aymeê no Dom Reality, um programa musical promovido pelo empresário Paulo Alberto, e que conta com a participação de jurados como Alex Passos e Marcos Freire.
A letra da música visa fazer uma crítica ao modo como o mundo evangélico atualmente estaria agindo. “Fazemos campanhas para nós mesmos/ eventos para nós mesmos/ estocamos o maná para nós/ oramos por nós e pelos nossos/ o Reino virou negócio/ o dízimo importa mais que os corações”, diz a canção.
Elogios
Muitos elogiaram a letra da música Evangelho de Fariseus, incluindo os jurados do programa, que ficaram emocionados. “O que você quer falar, as pessoas não querem ouvir (…). O mercado não quer isso, a Igreja não quer isso. As pessoas do mal não querem, mas as pessoas do bem precisam ouvir isso”, disse Alex Passos.
Marcos Freire, por sua vez, argumentou que Aymeê cantou “verdades” que incomodam uma geração que só estaria pensando em “prosperar”, mas não teria o devido olhar cristão de compaixão pelo próximo.
“Minha irmã, não pare de cantar essas verdades, não pare de alertar ao povo que está apático, pensando só em seus interesses, que está trabalhando para prosperar, mas não para tirar as pessoas da pobreza”, disse o jurado.
Críticas
Apesar do apelo emocional e das “verdades” incômodas, a música Evangelho de Fariseus também despertou críticas. O pastor apologista Tassos Lycurgo, por exemplo, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e presidente da igreja Defesa da Fé, em Natal, comentou:
“A música ‘Evangelho de Fariseus’ é Gramsci na prática: mentiras perversas sobre a igreja do Senhor, mas embrulhadas com o papel macio e vistoso do politicamente correto.”
Em outra postagem, também feita pelo X, antigo Twitter, Lycurgo deu a entender que algumas críticas feitas à Igreja destoam na verdadeira intenção de edificar.
“O pior ataque à igreja de Jesus é o que está sendo feito de dentro para fora, e muitos cristãos creem que há virtude em enveredar pelos projetos destrutivos da esquerda gospel. Continuemos orando pela igreja perseguida, mas passemos a orar mais pela igreja seduzida”, escreveu o pastor.
O cantor Marcos Sal da Terra, do ministério de música regional Sal da Terra, também comentou a canção, dizendo que ela traz verdades, mas também “uma meia verdade, quando generaliza o tema abordado apontando para os pecados na igreja e diz insistentemente ‘pra nós mesmos… pra nós mesmos'”.
“Nós? Vírgula! Nem todos se perderam, ou se perderão. A verdade é que Joio e trigo estarão juntos até o dia do juízo final, quando Jesus virá e, Ele mesmo, vai separar”, diz Marcos. “A generalização é infiel às Escrituras Sagradas, mesmo nos dias de Noé houve exceção. Esquecer do trigo é negar a graça e anular todo sacrifício de Cristo na cruz.” Assista: