A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de Israel, comparando a resposta israelense ao grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, ao holocausto nazista praticado por Adolf Hitler, impactou negativamente a relação do governo brasileiro não apenas com os judeus, mas também com os evangélicos, segundo Cezinha de Madureira (PSD-SP).
Essa foi a avaliação do deputado federal e pastor que integra a Assembleia de Deus Madureira, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o parlamentar, considerado um dos principais articuladores da bancada evangélica junto ao governo, Lula abordou uma questão delicada de forma extremamente errada.
“O presidente não precisava ter dito isso, ter entrado nessa dividida. Ele está errando feio com os evangélicos. É muito triste”, avaliou o deputado, explicando que a fala do líder petista vai na contramão dos esforços que ministros do seu próprio governo vêm tentando fazer, no sentido de se aproximar dos evangélicos.
Uma vez que Israel é o país que representa o povo escolhido por Deus na Terra, lugar onde Jesus Cristo nasceu e lugar onde foram registrados inúmeros eventos bíblicos, a nação judaica partilha com os cristãos a mesma origem de fé, sendo por isso respeitada pelos evangélicos.
“Essas declarações indevidas atrapalham a construção de um Brasil melhor, de paz. Atrapalham um ministro como o [Fernando] Haddad, que tem conversado muito conosco, ou ministro como o [Alexandre] Padilha”, ressalta Cezinha de Madureira.
“Persona non grata”
O também pastor da Assembleia de Deus e deputado federal, Marco Feliciano, lembrou do quanto a fala de Lula indignou o governo de Israel, que nesta segunda-feira declarou o presidente brasileiro “persona non grata” no país.
“Temos sido vítimas das declarações intempestivas do nosso presidente Lula da Silva, que se ombreia entre os piores ditadores mundiais que apoiam o grupo terrorista Hamas”, escreveu Feliciano em um artigo para o Pleno News.
“Então, pela primeira vez na história temos um presidente taxado de ‘persona non grata’ por um tradicional país amigo, Israel. Isso é uma verdadeira vergonha nacional!”, conclui o deputado.