A edição de Brasília do evento The Send contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, que fez um breve discurso no palco do Estádio Nacional Mané Garrincha e mais uma vez agradeceu pelas orações feitas em favor de sua recuperação por ocasião do atentado em Juiz de Fora (MG), e declarou que palavras como “Deus, família e pátria” haviam deixado de serem proibidas.
“Estou aqui porque acredito no Brasil e nós estamos aqui porque acreditamos em Deus. O Brasil mudou. Palavras antes proibidas começaram a se tornar comuns: Deus, família e pátria”, afirmou o presidente ao público.
Como a ampla maioria dos presentes eram evangélicos, Bolsonaro reconheceu que o segmento foi importante para que uma correção de rota fosse efetuada no país: “Vocês decidiram, vocês foram o ponto de inflexão há dois anos, decidindo mudar o destino do Brasil. Devo a Deus a minha vida por uma ocasião das eleições, devo a vocês a missão de dar um norte para o destino do nosso Brasil”.
“O Estado pode ser laico, mas Jair Bolsonaro é cristão. Eu não sei como estou aqui, mas algo muito importante me conforta, Deus sabe. Nada fazemos se não for por Ele”, declarou, acrescentando que em suas orações pede “sabedoria e coragem a Deus todos os dias, para decidir o futuro do nosso Brasil”.
“Vocês fizeram a diferença. Hoje temos um governo que respeita os valores familiares. Temos um governo que deve lealdade a seu povo e, acima de tudo, que é temente a Deus”, concluiu o presidente da República.
“O Senhor é contigo”
Pouco antes de receber a palavra, o pastor Marcos Borges Coty, da Jocum, direcionou uma palavra ao presidente: “Deus não vê como o homem vê. O homem vê a aparência, mas Deus vê o coração. Deus usa as coisas loucas para confundir as sábias, as coisas fracas para confundir as fortes, as coisas que não são para envergonhar as que são. O poder de Deus se aperfeiçoa na sua fraqueza. O Senhor é contigo”, declarou o pastor.
O evangelista Todd White, um dos preletores em São Paulo, compartilhou com o público que apreciava a edição do evento no estádio do Morumbi, que Bolsonaro tinha, mais uma vez, entregado sua vida a Jesus: “Eu acabei de receber a informação do Brian Brennt que seu presidente acabou de confessar Jesus Cristo. É uma decisão que muda toda uma nação”, disse. A afirmação foi amplamente repercutida nas redes sociais.
Imprensa
Quando o presidente deixava a residência oficial, no Palácio da Alvorada, em direção ao Mané Garrincha, ele fez sua tradicional parada para conversar com a imprensa e registrou sua queixa com a forma como suas declarações são repercutidas.
A mais recente polêmica envolveu uma afirmação sobre um dos aspectos que estão entre as consequências do vírus da Aids. Na última quarta-feira, 05 de fevereiro, ele defendeu o programa de prevenção à gravidez na adolescência, da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e observou que além de todo o transtorno que a doença causa ao paciente, ela significa “uma despesa para todos no Brasil”.
A grande mídia recortou a frase do presidente do contexto, e passou a repercuti-la como se ele tivesse tratando os portadores da Aids como um estorvo. Essa abordagem levou o presidente a perder a paciência com os jornalistas.
“Eu falei de uma menina que deu à luz pela terceira vez aos 16 anos de idade sendo aidética. Foi isso que eu falei. O que faltou? Faltou uma mãe, uma avó, para não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV, além do problema de saúde dela gravíssimo, que nós temos pena, é custoso para todo mundo. Vocês focaram no que o aidético é oneroso para todo o Brasil. Estou levando porrada de tudo quanto é grupo de pessoas que têm esse problema, lamentavelmente”, desabafou.
“Vocês não podem continuar agindo assim, destruindo reputações. Vê se vai ter alguma retificação no jornal de vocês amanhã? Não vai ter porque o editor não vai deixar ir para frente. Eu quero conversar com vocês. Ser amigo de vocês. Mas não dá. Eu vou dar uma banana pra vocês”, acrescentou, segundo a revista Veja.