O deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), atual presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que não existem cristãos que pratiquem a homofobia. O parlamentar, que não foi reeleito para o quinto mandato consecutivo, também falou sobre a importância da eleição de Jair Bolsonaro (PSL).
O pastor paranaense obteve 53.466 votos e será o segundo suplente da coligação na próxima legislatura. Em entrevista concedida recentemente, Takayama, 70 anos, foi enfático ao dizer que a postura conservadora não é de imposição, mas de preservação de direitos.
“Não queremos ditadura da maioria. Mas também jamais vamos aceitar a ditadura de uma minoria. Não estamos dizendo que uma pessoa adulta não possa escolher a sua opção sexual. Não há cristão homofóbico. Nenhum assassinato de homossexual foi praticado por um maluco católico ou evangélico. Foram feitos entre parceiros, ciuminho de parceiros, e pelos malucos chamados skinheads”, declarou ao portal da rádio Gaúcha ZH.
Segundo Takayama, a eleição do capitão do Exército tem especial significado para os evangélicos: “Bolsonaro foi praticamente unanimidade entre os evangélicos, por convergência de ideais. Ele é cristão, prioriza os valores da família cristã e valoriza Deus”, disse o pastor.
Questionado sobre a profissão de fé católica do presidente eleito, Takayama explicou que as duas tradições cristãs convergem em vários pontos: “O católico e o evangélico não diferem em nada nessas questões, como ideologia de gênero ou aborto, em que hoje vemos o Judiciário querendo legitimar, entrando em área que é do Legislativo. O Legislativo é que é o espelho da sociedade. Se tem muito cristão aqui [no Congresso], é porque tem muito cristão no país. Mas o Estado não é laico? A administração é laica, mas ela tem de entender que está governando para uma maioria cristã”.
Sobre a oração de Bolsonaro logo após o anúncio de sua vitória nas urnas, o pastor viu de forma positiva: “Ele sinalizou que acredita em Deus e não é ateu como o outro lado. Para o ateu, mentir não é falta de caráter”, disparou.
O jornalista que realizou a entrevista, Itamar Melo, questionou se a postura não poderia representar um incômodo para os brasileiros que não são cristãos, e Takayama foi pontual: “Inverto a questão. Quando houve ateus, os cristãos simplesmente aceitaram”, finalizou.