Para muitos cristãos, o feminismo é uma ideologia que atualmente não possui qualquer relação com o início dos movimentos que pediam direitos iguais para as mulheres, como acesso ao mercado de trabalho e à vida pública. Por causa disso, uma igreja resolveu produzir um vídeo onde mulheres mandam um recado claro às feministas: “Não fale por mim”.
A gravação postada das redes sociais da Igreja Povo da Cruz, liderada pelo pastor Evandro de Souza Ferreira Braga, mais conhecido como Dinho Souza, viralizou e produziu diversas reações, entre elogios e críticas, e não por acaso.
O vídeo “Não falem por mim” apresenta mulheres que rebatem a forma autoritária como o feminismo tenta se impor contra os valores bíblicos, rotulando-os como frutos de um “patriarcado” supostamente “opressor” onde mulheres que defendem a vida desde a concepção, o casamento e a maternidade seriam “alienadas”.
“Um vídeo em repúdio ao movimento feminista”, diz o início da gravação. “Não fale por mim, eu não preciso de porta-voz”, diz uma mulher. “Não fale por mim, eu sou a favor da vida desde a concepção”, afirma outra.
“Não fale por mim, eu sei que sou capaz e não preciso que militem por mim; Não fale por mim, submissão ao meu esposo não é alienação, é obediência a Deus; Não fale por mim, quero ser mãe e ponto final”, são mais algumas frases declaradas pelas mulheres da Igreja Povo da Cruz.
Reações
Curiosamente, apesar do vídeo não apresentar nenhum conteúdo que visa impedir o feminismo de existir, muito menos de silenciar as feministas que o defendem, mas tão somente mostrar o lado de mulheres que pensam de forma contrária ao movimento, algumas internautas acusaram as participantes da gravação de autoritarismo!
“Não tente impor sua fé e sua visão de mundo sobre a minha”, reagiu uma internauta ao vídeo postado no perfil Cultura do Reino. “Não falem por mim, eu quero e luto por meus direitos, inclusive, pelos seus para que você possa escolher não falar nada e gozar de tudo.”
Outra internauta foi além, insinuando que as mulheres do vídeo seriam ignorantes e não teriam “domínio” sobre o assunto abordado, como se fossem incapazes de julgar por conta própria a história do feminismo e seus desdobramentos em pautas radicais que hoje são a espinha dorsal do movimento.
“Por que vocês insistem em falar sobre um assunto o qual vocês não dominam? Vocês se baseiam em falácias, corroboram para disseminação do ódio, de meias verdades sobre o movimento feminista”, criticou a internauta, reforçando, assim, o objetivo do próprio vídeo criticado por ela.
Muitas mulheres, porém, elogiaram a iniciativa. “Perfeito! O feminismo nunca vai me representar”, comentou uma internauta. “Parabéns, meninas! Eu também digo o mesmo, não falem por mim”.
“Parabéns pelo belíssimo vídeo e posicionamento!! Faço dessas as minhas palavras também!! Não ao feminismo!”, comentou uma usuária no Instagram.
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