A Comissão de Seguridade Social e Família realizou uma audiência pública para discutir a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe os profissionais do setor de atenderem pessoas interessadas em modificar sua orientação homossexual.
Durante a audiência pública foi sentida a ausência de debatedores favoráveis à resolução, fato que foi criticado pelo pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), de acordo com informações da revista Exame.
Outro parlamentar presente na audiência, deputado federal pastor Eurico (PSB-PE), afirmou que não se trata de implantar “tratamento compulsório”, mas permitir que existam alternativas aos interessados, o que atualmente não existe: “É preciso pensar no direito de quem quer deixar o homossexualismo”, afirmou.
Ressaltando que apesar de a homossexualidade não ser considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde, o pastor Feliciano afirmou que é passível de tratamento, quando há interesse por parte do indivíduo: “Índio nasce índio, não tem como mudar; negro nasce negro não tem como mudar; mas quem nasce homossexual pode mudar. Até a palavra homossexual deveria ser abolida do dicionário, já que se nasce homem ou mulher”, disse, numa tentativa de argumentar contra a acusação da deputada Érika Kokay que nivelou negros, índios e gays para falar que é preconceito contra homossexuais a existência de um tratamento comportamental específico, segundo informações da Agência Câmara de Notícias e o próprio pastor deputado.
A afirmação de Marco Feliciano gerou polêmica pois foi interpretada por alguns como racismo. Em seu perfil no Twitter o pastor afirmou que “é humilhante ser rotulado de algo que não sou. Não sou homofóbico, nem racista, nem preconceituoso, nem violento. Sou alguém que luta pela justiça.” Feliciano também se mostrou triste com mídias que utilizaram parte de seu comentário para acusa-lo de reacionário, fundamentalista e retrógrado. “Fico aqui pensando qual teria sido a intenção das mídias que noticiaram minha fala isolada sem citarem o contexto. Só há uma explicação: maldade. São tendenciosos que apadrinham o movimento e procuram de todas as formas denegrirem a imagem de quem pensa contrário.” Feliciano acusou a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara de vetar todos os projetos criados por evangélicos e revelou que o PMDB lhe concedeu uma vaga na comissão.
Toni Reis, ativista homossexual e presidente a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais) classificou como “fraude” a proposta de cura gay: “Prometer cura para o que não é doença, no caso para a homossexualidade, é charlatanismo”.
A psicóloga cristã Rozângela Justino afirmou que passou a ser perseguida pelo Conselho Federal de Psicologia: “Sou discriminada por ser evangélica. Sempre atendi pessoas com desejo de não sentir atração por pessoas do mesmo sexo”, afirmou, revelando ainda que após ser punida em 2009 por atender pacientes que buscavam ajuda para abandonar a prática homossexual, abandonou a profissão.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+