O deputado federal Nikolas Ferreira utilizou as redes sociais para protestar contra a aparente omissão da maior parte dos líderes evangélicos diante da indicação do senador Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal.
Filiado ao Partido Comunista do Brasil, o político foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teve na última quarta-feira o seu nome aprovado na CCJ e no plenário do Senado Federal por 47 votos a favor contra 2 abstenções e 31 contrários.
Nikolas lembrou que o segmento evangélico é um dos mais influentes na política, formando um público supostamente majoritário quando somado aos cristãos direitistas de outras vertentes, como a católica.
“Impressionante a quantidade de pastores calados e inertes em combater a ida de Flávio Dino ao STF: um defensor de ideias inimigas da nossa fé. Como nós, povo cristão, permite a chegada de um comunista na suprema corte?”, questionou o deputado evangélico.
“Não somos maioria? Não faltam mais cristãos no Brasil. Faltam mais cristãos que vivam o cristianismo no Brasil”, completou Nikolas, fazendo na sequência uma observação quanto a Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
“Em contraponto, fale o que quiser do @PastorMalafaia, mas ele tem tido a virtude que é escassa em vários demais”, ressaltou o parlamentar. O assembleiano, de fato, também reagiu à indicação de Dino com indignação, prometendo utilizar a sua influência para fazer companha contrária aos senadores que o apoiaram.
Para Malafaia, os apoiadores de Dino são “traidores” do povo cristão que não merecem ocupar “nenhum cargo eletivo”, pois deram voto em favor de um “comunista”. Posteriormente, o pastor também gravou um vídeo [abaixo] para falar a respeito.
“Prestarão contas”
Outro líder religioso de proeminência nacional que comentou sobre o cenário político atual, mas sem citar nomes e de forma genérica, foi o reverendo Augustus Nicodemus Lopes.
Em uma publicação feita somente nesta quinta-feira, 14, já após o resultado da votação no Senado em favor de Dino, ele escreveu:
“Governantes devem ter consciência de que prestarão contas a Deus pela forma como usam o dinheiro público, exercem autoridade e tratam as liberdades da população. A Igreja funciona como consciência do Estado advertindo sobre essa realidade”. Assista: