Há décadas tramita em Brasília um projeto que visa construir um Museu da Bíblia, mas que, proporcionalmente ao mesmo período, vem sofrendo resistências por parte de grupos ligados aos ateus e agnósticos.
Agora, segundo informações do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ficou de analisar nesta quinta-feira (14/12) outra ação da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) que visa barrar a construção do Museu da Bíblia na Capital Federal.
Conforme notícia do GospelMais em 2021, o governo de Brasília havia lançado um edital para a construção da obra em homenagem ao livro sagrado de judeus e cristãos, tendo em vista uma decisão do então presidente do STJ, ministro Humberto Martins, que derrubou uma liminar que impedia a continuidade dos trâmites para o andamento do empreendimento.
Agora, com a intenção de retomada do projeto por parte do governador Ibaneis Rocha, a Atea ingressou com uma nova ação. O principal argumento utilizado pelos ateus é o da laicidade do Estado. A obra de construção do Museu da Bíblia no DF é orçada em R$ 26 milhões.
Representatividade
Construções de cunho religioso, como o Museu da Bíblia, com o apoio do Estado, são frutos da representatividade social e, por isso, são defendidas por autoridades religiosas e o público ligado aos mais diversos segmentos.
Em outras palavras, se os cristãos formam maioria na sociedade, naturalmente haverá mais iniciativas públicas em referência a esse segmento religioso, como é o caso do Museu da Bíblia, uma obra que também visa atrair fluxo turístico para a Capital Federal.
Outro exemplo de mesma natureza é a Praça dos Orixás, também em Brasília, situada às margens do Lago Paranoá. Trata-se de uma obra construída em 200 m² divididos em três áreas, onde são exibidos 16 estátuas que representam entidades das religiões de matriz africana. O local também é usado para a prática de rituais e eventos desse segmento.
Em 2010, o então superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Alfredo Gastal, falou a esse respeito dizendo que apesar de ser um país laico, o Brasil é representado por diferentes religiões.
Na ocasião, Gastal defendeu a existência da Praça dos Orixás com um argumento que pode ser perfeitamente aplicado ao Museu da Bíblia, especialmente quando considerada a proporção da população representada.
“É inegável a importância da religião católica no repertório de edificações tombadas pelo patrimônio histórico nacional, porém nós temos o compromisso de criar políticas no sentido de mostrar o trabalho de outras religiões que existem no Brasil”, disse ele, segundo o Correio Braziliense.