O evangelismo faz parte da identidade cristã por ser uma ordenança bíblica. Isso consiste, basicamente, no compartilhamento dos ensinos de Jesus Cristo, o Evangelho, com outras pessoas, independentemente da sua cultura. No entanto, a nova geração está associando a prática ao “colonialismo”.
Colonialismo é um termo que se refere ao domínio de um poder sobre determinado território. Atualmente a palavra tem sido utilizada para se referir de forma pejorativa a governos e culturas que supostamente tentam se impôr sobre outros povos.
Muito embora o evangelismo, conforme ensina a Bíblia, não tenha qualquer relação com o colonialismo – porque se trata do compartilhamento da fé de forma voluntária, e não impositiva, ao menos entre os protestantes históricos – gerações atuais têm encarado a prática com ressalvas.
É o que aponta um documento recente da organização Barna Group. “O Futuro das Missões , um novo relatório Barna conduzido em parceria com o International Mission Board, examina mais de perto o que está impedindo os jovens cristãos de se envolverem de todo o coração com o ministério global”, diz a entidade.
No geral, os jovens entre 18 e 34 anos consideram o trabalho missionário “muito valioso”, mas questionam os métodos do passado, por considerá-los “antiéticos”, especialmente entre os grupos descendentes dos países politicamente mais colonizados, na África.
“Um terço de jovens adultos cristãos (34%) concorda que ‘no passado, o trabalho missionário era antiético’, em comparação com um em cada quatro adultos com 35 anos ou mais (23%). Dois em cada cinco (42%) concordam que ‘a missão cristã é manchada por sua associação com o colonialismo’ (vs. 29% adultos mais velhos, 35+, 31% adolescentes)”, diz o relatório.
Através desses dados, contudo, não é possível saber com precisão o que tais jovens consideram “colonialismo” em sentido pleno. Se isto envolve o simples compartilhamento da fé ou atitudes, de fato, agressivas em relação a outras culturas.
O relatório foi baseado em 3.606 entrevistas online com cristãos americanos, incluindo 1.500 adultos de 35 anos ou mais (todos protestantes), 1.000 jovens adultos de 18 a 34 (856 protestantes), 602 adolescentes 13 a 17 (380 protestantes) e 504 pais protestantes de crianças de 13 a 25 anos.