O pastor Antônio Junior consolidou seu canal no YouTube como o maior entre lideranças evangélicas no Brasil, e desde então, vem sendo citado na grande mídia por conta de seus posicionamentos. O mais recente a receber destaque foi um em que ele relembrou um argumento comum sobre a internet entre parte dos pastores décadas atrás.
No cenário da pandemia de Covid-19, muitas igrejas passaram a transmitir cultos online através das diversas plataformas de streaming, fazendo da internet uma ferramenta indispensável para a comunidade de fé se reunir virtualmente, já que as autoridades impuseram uma inédita política de confinamento social.
Para Antônio Júnior, o cenário trouxe uma importante lição sobre a jornada de fé: “A quarentena desvinculou as pessoas da igreja. Alguns eram totalmente dependentes, e puderam perceber que dá para caminhar com Deus mesmo sem estar na igreja. Aumentaram a fé e deixaram a dependência de estar num local físico. Claro que eu também sou a favor da igreja, é importante a comunhão, ouvir a palavra, mas a internet tem ajudado bastante”, pontuou.
“Engraçado que nos anos 2000, todos os pastores falaram que a internet era a coisa do diabo, demonizaram a web, e hoje se utilizam dela. As coisas mudaram”, acrescentou, alfinetando lideranças que antes viam a ferramenta de comunicação como algo maligno.
O fenômeno já ocorreu antes com outro meio de comunicação: a televisão. Até o fim dos anos 1980, muitos pastores se referiam a essa ferramenta como “coisa do diabo”.
Em entrevista ao jornalista Leo Dias, do portal Metrópoles, Antônio Junior afirmou que o público que acompanha seus vídeos não se restringe a evangélicos: “No meu canal, eu acredito que apenas 60% ou 70% sejam evangélicos. Existem muitos católicos, espíritas. Tem muita gente que não vai à igreja. O YouTube abrange pessoas de todo o tipo e isso é muito bom. Algumas pessoas têm medo ou vergonha na igreja e na internet não precisam se manifestar, apenas assistir à palavra”, comentou.
O pastor atribui seu sucesso ao esforço de produzir conteúdo genuíno: “Busco mostrar que sou igual aos outros. Não me coloco como superior. Tenho vídeo com mais de 8 milhões de visualizações, e são vídeos que eu me coloco ali, igual aos que estão me ouvindo”.
Como nem tudo são flores, o jovem pastor tem enfrentado críticas de colegas do próprio meio evangélico: “Já ouvi pastores falando que acham errado lucrar com o YouTube. Mas penso da seguinte forma: o YouTube ganha dinheiro em cima de mim. Tenho 1 milhão de visualizações por dia. Acho correto eu receber por isso. Me profissionalizei, estudei, tenho pessoas que trabalham comigo nos meus vídeos. Isso tem um custo. Por isso acho justo receber. Não recebo um centavo sequer da igreja. Não cobro para pregar”, rebateu o pastor Antônio Junior.