Dizem os especialistas em segurança que a melhor ferramenta contra os crimes cibernéticos através das redes sociais se chama “bom senso”.
Infelizmente, muitas pessoas não pensam nisso na hora de acessar as redes sociais, desenvolver relacionamentos, escrever e compartilhar informações, colocando sua privacidade em risco.
Muitos acham que pelo fato de possuir um bom antivírus, firewall, anti-spyware e outros sistemas de proteção no PC, estão com suas informações seguras. Pura ilusão!
Uma rápida pesquisa na internet poderá nos mostrar como é fácil achar, por exemplo, dados como CPF, RG, endereço e nome completo.
Não é nosso objetivo sugerir como fazer isso, mas apenas ilustrar como suas informações podem estar expostas sem o seu conhecimento, por exemplo, através de instituições públicas, cadastros financeiros, editais de concursos ou mesmo por um simples comentário em uma rede social.
Atualmente o grande vilão contra a privacidade alheia é a utilização das redes sociais como espécie de diário cotidiano. Pelo Facebook é possível, por exemplo, descobrir qual é a rotina de uma pessoa apenas pela quantidade de vezes que ela acessa, comenta, compartilha e curte.
Sabemos seus horários de sono e até mesmo seus hábitos, localização via satélite, sem qualquer interação, apenas observando.
Como se não bastasse, há pessoas que além de oferecer (literalmente) dados como endereço, também informam onde trabalham antes, durante e para onde pretendem ir. Se são casadas, solteiras, com direito a mencionar dados pessoais também do parceiro.
Para completar essa leva de informações que colocam sua privacidade em risco, alguns postam o cargo que ocupam, por exemplo: “gerente comercial na empresa xxxxx”, “analista júnior na empresa xxxxx”, ou ainda; “estudante no colégio xxxxx”, dando sugestão de como é a sua rotina de trabalho, quanto deve ganhar e seu provável tempo de ocupação.
Piorando a situação, há pessoas que associam todas as suas atividades a outros indivíduos, tais como filhos, pais, irmãos, primos, tios, costurando (literalmente) uma rede de informações que permitirá qualquer pessoa saber os contatos mais próximos de seus parentes e vínculos sociais diversos.
Tudo isso é agravado quando acompanhado por imagens com legenda, descrevendo locais, reuniões íntimas e pessoas, se possível até o nome do hotel que está hospedado com direito a foto do cartão magnético utilizado como chave do quarto (risos).
Mas a conta é privada, e ai?
Nenhuma conta é totalmente privada. Há diversas maneiras de acessar uma conta supostamente privada, a principal delas é colocando em prática a “engenharia social”, utilizando, por exemplo, seus contatos, como alavancas para chegar até você.
Esse é o método mais comum e simples utilizado por criminosos virtuais, além de outros mais restritos que requerem conhecimentos especializados.
Uma vez que suas informações estão armazenadas em um servidor e ele possui fluxo de tráfego, estão sujeitas à violação. Portanto, o bom mesmo é se prevenir do mesmo jeito.
E se eu excluir minha conta?
A vida de muitas pessoas está ao alcance de um clique e nem sempre a exclusão de uma conta significa a resolução de um problema de privacidade.
Um bebê, atualmente, por exemplo, já nasce sem direito à privacidade, simplesmente porque seus pais saem publicando fotos e mais fotos dele na rede. Quando mais velho, seu histórico de vida estará disponível na rede para ser acessado.
Talvez para uma pessoa comum, sem muitos atrativos para quem de interesse, sua vida exposta não signifique nada. Mas para outros isso pode significar sequestro, assalto planejado, extorsão, estelionato, espionagem, chantagens, etc. Portanto, mais uma vez a ordem é bom senso!
O que fazer então, sair da internet, ficar paranoico?
Não precisamos sair da internet, nem deixar de utilizar as redes sociais. O fato é que impulsionados pelo “modismo” e emoções, todos tendem a adotar os mesmos comportamentos, deixando de lado o senso crítico.
Por isso, talvez, uma observação como essa pode parecer anormal e exagerada. Todavia, o “normal” é você pensar justamente isso, achando ser um exagero ter cautela com sua privacidade, porque é com base nisso, também, que os crimes virtuais no Brasil tiveram crescimento de 500% entre 2013 e 2014, segundo o Centro de Estudos para Resposta e Tratamento de Incidentes em Computadores.
A recomendação é procurar conhecer com o máximo de detalhes como funciona a internet, especialmente as redes sociais. Quais suas tendências, críticas, pontos positivos e vulnerabilidades. Ou seja, não seguir simplesmente o curso da maré, aderindo a todo tipo de tendência, uma vez que elas podem lhe custar muito caro.
Abraço e até a próxima!