Uma tentativa de suicídio foi impedida por um obreiro da Assembleia de Deus que trafegava pela ponte Fernando Henrique Cardoso, que liga Palmas (TO) à rodovia BR-153. Uma mulher que demonstrava desespero e dizia que saltaria para a morte terminou convencida pelo evangélico a não atentar contra a própria vida.
Antônio Silva Vasconcelos, que atua como diácono em uma congregação da Assembleia de Deus em Palmas, relatou que passava pela ponte FHC em direção à capital do estado quando sentiu de parar. Ao ver a mulher que aparentava ter aproximadamente 25 anos de idade, chorando, decidiu aborda-la.
“Naquele momento eu parei para ver um cardume de peixes no lago e ao olhar para o lado a vi chorando demonstrando muito desespero. Foi quando decidi me aproximar e tentar convencê-la a não desistir da vida”, disse o diácono Vasconcelos ao portal tocantinense JM Notícia.
A jovem não quis que Vasconcelos acionasse o Corpo de Bombeiros para ajudar na situação, porém o obreiro usou um aplicativo de mensagem de forma discreta enquanto conversava com a tentante, e conseguiu pedir ajuda a um irmão da igreja onde atua que é bombeiro reformado. Ciente do caso, ele informou ao Resgate sobre a circunstância, e rapidamente uma equipe chegou à ponte.
Mais calma, a mulher aceitou conversar com uma psicóloga e posteriormente foi conduzida para um atendimento e depois levada para casa. Para Vasconcelos, ter enfrentado uma situação de tamanha tensão só foi possível graças à ajuda de Deus: “Sabemos que muitas pessoas sofrem assim como essa jovem, mas devemos sempre estar preparados para lhes mostrar que a vida é um dom divino e que não vale a pena desistir dela mesmo em meio as maiores lutas”, declarou o obreiro.
Aumento do suicídio
A Universidade Federal do Tocantins (UFT) publicou em agosto último um artigo sobre o crescimento do suicídio na capital do estado. “Diante do alto número de casos de suicídio e automutilação identificados em Palmas, a Diretoria de Atenção Secundária em Saúde, criou um projeto piloto que vem sendo implantado há alguns meses. O Plano de Ação de Prevenção ao Suicídio e a Automutilação na Adolescência cota com os projetos ‘Musicalizando’ e ‘Quanto vale uma vida?’, de autoria de Lenny Carrasco, única responsável pelo tema na gerência de saúde mental da Secretaria de Saúde – SESMUS”, pontua o artigo.
O documento da UFT aponta que a criação do projeto se justifica pela sobrecarga das unidades destinadas a atender demandas relacionadas a esses casos, que vêm se tornando cada vez mais comuns.
O projeto, então, propõe oferecer “tratamento para a prevenção e promoção da saúde para jovens e adolescentes, tanto na rede de saúde, quanto na área educacional e desenvolvimento social, explica a psicóloga Lenny Carrasco, que vem atuando com apoio de residentes em saúde mental no projeto, que embora seja de alta importância, conta com poucos recursos.