A interferência de instituições religiosas na política partidária do país é um assunto que tem tomado parte das discussões acerca da política nos Estados Unidos. No ano passado, organizações não governamentais que lutam pela total separação entre Igreja e Estado denunciaram cerca de cem igrejas americanas por estarem fazendo política partidária em cultos e missas.
A organização Americans United for Separation of Church and State [americanos unidos pela separação de igreja e Estado], foi uma das entidades que prestou denúncias contra as instituições religiosas. Além das denúncias, sozinha ela mandou, em 2012, cartas a 60 mil igrejas no país, recordando pastores e padres da proibição de campanhas em cultos e missas.
Os ativistas políticos tentam fazer com que tais igrejas percam o direito de não pagar impostos como entidades religiosas, amparados na reforma do código tributário de 1954, quando entidades isentas de impostos ficaram proibidas de fazer campanhas políticas ou endossar candidatos a cargos públicos, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Já grupo ateísta Fundação para a Liberdade de Religião pressiona o IRS –a Receita Federal americana– para acabar com o que consideram “tratamento preferencial” às igrejas. A organização, que conta com 19 mil membros, entrou com uma ação em janeiro pedindo que sejam publicados “relatórios anuais detalhados” de gastos e receitas para as igrejas. “Os mesmos pedidos a qualquer outra ONG”, defendem.
– Não pagar impostos é um privilégio. Por que as igrejas não precisam prestar contas? – questiona Anne Laurie Gaylor, porta-voz da fundação.
– Além de acabar com a isenção fiscal de igrejas que façam proselitismo político, queremos mais leis que obriguem entidades com esse privilégio a revelar seus investimentos e suas doações – disse Rob Boston, diretor da Americans United.
Em sua defesa, os religiosos afirmam que a sua liberdade de expressão está sendo ameaçada por tais ações.
Por Dan Martins, para o Gospel+