O escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil usou as redes sociais para prestar solidariedade ao cantor pernambucano Johnny Hooker, que no embalo das ofensas de Daniela Mercury aos cristãos no Festival Internacional de Garanhuns (FIG), afirmou que Jesus é “bicha”, “travesti” e “transexual”.
A polêmica se iniciou por conta da rejeição de grande parte da sociedade à encenação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, em que o travesti Renata Carvalho interpreta o papel de um Jesus contemporâneo. A resposta da classe artística no FIG foi de agressões ao sentimento religioso cristão.
Na última quarta-feira, 01 de agosto, o perfil oficial da ONU Brasil no Twitter manifestou apoio às declarações de Johnnie Hooker: “Usando a arte para sensibilizar a sociedade sobre os direitos das pessoas #LGBTI, o cantor @JohnnyHooker é Campeão da Igualdade da Campanha #LivreseIguais no Brasil”.
Em uma imagem que acompanha a publicação, uma foto do artista e a legenda: “‘A luta contra a LGBTIfobia é todo dia, não acaba’. -Johnny Hooker. Em solidariedade a Johnny Hooker, contra os ataques de ódio e discriminação”.
Usando a arte para sensibilizar a sociedade sobre os direitos das pessoas #LGBTI, o cantor @JohnnyHooker é Campeão da Igualdade da Campanha #LivreseIguais no Brasil.
Saiba + sobre o artista e seu trabalho na ONU: https://t.co/w1BoMGax08
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— ONU Brasil (@ONUBrasil) 1 de agosto de 2018
Globo
A emissora da família Marinho fez um novo convite ao artista, que será um dos cantores que se apresentarão no show do Criança Esperança. Agora, Johnny Hooker fará uma homenagem aos 60 anos do nascimento de Cazuza, morto em 1990, vítima do HIV.
“Gente que dia LINDO, ensaiando pra uma edição LINDA do programa Amor & Sexo rodeado de amigos, arte, música e histórias incríveis de vida e luta! Amo vocês”, escreveu Hooker em seu perfil no Twitter.
Em resposta aos ataques sofridos por conta de sua agressão aos cristãos, o cantor também se pronunciou através da rede social: “Que privilégio foi ter sido criado num ambiente rodeado de artistas, lésbicas, gays, mulheres, negros, travestis. Pessoas de todos os lugares. De ter sido criado sem religião e sem toda a paranóia que isso envolve”, afirmou.
“Acho que isso explica muito a reação contínua de “polêmica” quando eu resolvo expor minhas opiniões e visões de mundo, desde que virei uma pessoa pública. Os tabus e os dogmas para mim foram quebrados desde cedo, convivi com muita gente de cabeça boa. Tive o privilégio de ter uma boa educação, de ter encontrado vazão e estímulo aos meus questionamentos sobre o mundo. Não esqueço de agradecer o valor disso um dia sequer”, acrescentou Hooker.
Ao final, o cantor expressou mais de sua visão a respeito da religiosidade alheia valendo-se da distorção de informações sobre dados da criminalidade no Brasil, como por exemplo, a morte de homossexuais, que em grande parte, ocorre – infelizmente – em desentendimento com outros homossexuais.
“Vejo tantos amigos/amigas que já perdi pro machismo, pra intolerância religiosa enraizada nessa cultura, pro preconceito. E me sinto muito sortudo de sempre ter sido rodeado do amor dos amigos/família e agora de todos vocês que mandaram tanto amor em meio a esse horror dos últimos dias. E no mais é isso né meus amores, como diria Chico ‘apesar de você(s), amanhã há de ser um novo dia’. Mais um dia pra lutar pelo direito de existir sendo minoria nesse país, o país do genocídio da juventude negra, do feminicídio e q mais mata LGBTs no mundo. Nunca vão nos calar”.
gente q dia LINDO, ensaiando pra uma edição LINDA do programa “Amor & Sexo” rodeado de amigos, arte, música e histórias incríveis de vida e luta! Amo vocês 😚❤️ pic.twitter.com/e2CySLQKD1
— Johnny Hooker (@JohnnyHooker) 1 de agosto de 2018
Que privilégio foi ter sido criado num ambiente rodeado de artistas, lésbicas, gays, mulheres, negros, travestis. Pessoas de todos os lugares. De ter sido criado sem religião e sem toda a paranóia que isso envolve. (Cont.)
— Johnny Hooker (@JohnnyHooker) 30 de julho de 2018