Um congresso sobre Direitos Humanos organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça, apontou uma lei brasileira como modelo no combate à escravidão moderna, que tem sido detectada de forma cada vez mais frequente em todo o mundo.
A lei em questão foi proposta e aprovada no estado de São Paulo pelo deputado evangélico Carlos Bezerra Jr. (PSDB), que é médico ginecologista e obstetra, e integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo, além de pastor, segundo informações do portal Guia-me.
A legislação,definida por especialistas em Direitos Humanos como a mais rigorosa punição à prática escravagista desde a Lei Áurea, prevê que os trâmites legais sejam acelerados, reduzindo a média de duração dos processos de 20 para 2 anos, além do fechamento das empresas envolvidas com o trabalho escravo, cassando seus registros de funcionamento.
Em seu discurso no Congresso da ONU, Bezerra fez referência ao texto bíblico de Amós 5:24, que diz “corra a justiça como um rio, a retidão como um ribeiro perene”.
“Meu desejo é que a lei que criei em São Paulo possa oferecer ao meu país uma importante contribuição na busca pela paz, pela igualdade, e pela dignidade e pela misericórdia, garantindo que a ganância pelo lucro nunca terá mais valor que a vida humana. Nosso real desafio é fazer todos os esforços para pôr o indefeso no topo da agenda e dar voz aos que não a tem até que a justiça possa fluir como um rio”, disse.
O protestantismo tem longa tradição de defesa dos Direitos Humanos e combate direto ao trabalho escravo, sendo decisivo na luta para o fim da prática. William Wilberforce, um parlamentar inglês cristão do século 18, ficou marcado como um dos principais políticos empenhados no fim da escravidão na Inglaterra. John Wesley, atualmente considerado uma referência para a igreja protestante, militou ao lado de Wilberforce pela causa.
No Brasil, Bezerra foi o único político evangélico apontado pela ONG Voto Consciente como um dos parlamentares mais bem avaliados, e eleito o melhor deputado paulista pela mesma ONG.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+