O extremismo religioso na Nigéria tem alcançado proporções de genocídio, à medida em que o grupo islâmico Boko Haram intensifica suas investidas contra os cristãos.
Massimo Introvigne, coordenador do Centro de Liberdade Religiosa na Itália, publicou um relatório sobre a situação dos cristãos na Nigéria, e alertou para o fato de que a “caça” aos fiéis tem sido recompensada com 7 mil nairas, que equivalem a US$ 43. Esse valor é pago pelo Boko Haram para seus adeptos a cada cristão assassinado no país.
“Estima-se que em 2012, 105 mil cristãos mortos por razões religiosas. É uma morte a cada cinco minutos”, lamenta Introvigne.
O grupo cristão Jubilee Campaign tem criticado durante o governo pela falta de ação em relação ao assunto. Entretanto, o próprio presidente admite não ter como conter o Boko Haram, que montou um exército particular a partir dos equipamentos e treinamentos recebidos da Al-Qaeda, organização terrorista responsável pelos ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos.
A motivação do Boko Haram é a criação de um Estado muçulmano que seja orientado pela sharia, a lei islâmica. Todavia, a Nigéria é um país polarizado em termos de religião, sendo que aproximadamente 50% da população é cristã.
O norte da Nigéria é quase totalmente controlada por extremistas muçulmanos, e essa é a região onde acontecem a maior parte dos assassinatos contra cristãos e ataques contra templos, de acordo com informações do Noticias Cristianas.
“O direito de praticar livremente sua religião é um direito fundamental consagrado no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A verdade é que é impossível calcular exatamente o martírio”, afirmou Introvigne, observando que “metade das pessoas mortas por motivos religiosos no mundo em 2012 viveu na Nigéria”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+