O padre Reginaldo Manzotti, conhecido nacionalmente por sua carreira como cantor, concedeu uma entrevista recentemente e falou sobre o islamismo, o crescimento da igreja evangélica e o estigma que hoje recai sobre os sacerdotes católicos por conta dos escândalos de pedofilia.
Sobre o islamismo, o padre não ficou reticente quando questionado e afirmou que tem medo do crescimento da religião por conta dos inúmeros relatos de extremismo: “A Igreja Católica é a mais ecumênica de todas. Mas tenho uma preocupação com o islamismo. Existem pessoas boas evidentemente, a religião é boa, mas não sei o que vai dar no futuro”, introduziu.
“Faz parte do Alcorão o domínio de toda a terra. Não sei até que ponto eles são tolerantes para conviver conosco. Meu sentimento do padre é de medo em relação à postura do islã. Acredito que o islã precisa purgar suas feridas e radicalismos como nós fizemos. Vivemos em mundo de diálogo. Não podemos ser extremistas. Não digo que eles são os únicos, existem outros. É que todo fanatismo é perigoso”, opinou.
Durante a entrevista ao programa Morning Show, da rádio Jovem Pan, Manzotti foi perguntado sobre o crescimento dos evangélicos, e deixou transparecer que acredita que o segmento só vem se tornando vultoso devido à teologia da prosperidade, amplamente criticada dentro do próprio meio evangélico.
“É engraçado fazer uma proposta assim ‘me dá seu Fusca que Deus te devolve uma Limusine’. Isso atrai, né? Ou ‘vem para cá que resolvo todas as suas crises’. Eu não falaria que Deus vai curar suas doenças. Isso chama teologia da prosperidade. Nós, católicos, não fazemos isso por que não é verdade. É uma forma de ludibriar as pessoas. Então o número de evangélicos cresce porque, em um momento de crise, alguns líderes oferecem respostas fáceis para problemas graves”, disparou.
Sobre a ideologia de gênero, o padre repetiu a convicção comum a todas as tradições cristãs, seja católica, evangélica ou ortodoxa: “Acredito na Criação. Deus fez o ser humano. Quando a grávida faz um exame na barriga e ele mostra um ‘pipi’, o bebê é homem! Não pode chegar uma lei de gênero e passar isso goela abaixo de todos. A Igreja tem regras claras. Mas repito que isso não significa exclusão”, ressaltou.
“Está difícil ser padre hoje em dia. Temos que dizer coisas que não agradam. mas não podemos ficar em cima do muro, temos que nos posicionar. Nenhum padre está autorizado a ser partidário, mas somos, sim, politizados”, acrescentou, reafirmando o compromisso com a denúncia do pecado.
Sobre os escândalos de pedofilia, o padre afirmou que ser sacerdote católico, atualmente, não é fácil, mesmo com as ações tomadas pelo papa Francisco para combater os escândalos sexuais da denominação ao redor do mundo.
“É de fato uma ferida. Começou a mudar com o papa Bento XVI, que teve coragem de colocar a mão na ferida e dizer pedofilia é ‘tolerância zero’. Acontece que esses casos são exceções. Qual instituição que não tem problemas? A Igreja está cuidando das vítimas e dos padres. O erro é que me sinto estigmatizado. Tem bullying e preconceito acontecendo. Padre hoje ou é pedófilo ou é viado ou é comedor. Porque não acreditar que maioria é sério? O padre virou um sujeito suspeito”, queixou-se.
Confira os trechos da entrevista em que o padre aborda esses temas nos vídeos abaixo: