Com viagem marcada para Jerusalém no final de maio, papa Francisco deve abrir os arquivos secretos do Vaticano sobre o holocausto judaico. As informações são do jornal espanhol El País, que afirma que o líder católico deve anunciar sua decisão em breve, e ressalta que o atual pontífice não é partidário da “cultura do segredo” cultivada pelo Vaticano.
De acordo com as informações divulgadas pelo jornal, devem ser revelados documentos que evidenciam a negligência ou cumplicidade da Igreja Católica com a política de extermínio do nazismo contra negros, judeus, homossexuais e outros grupos; um assunto que ainda não foi esclarecido.
As informações divulgadas são de que já foram digitalizados todos os documentos relacionados às acusações feitas ao papa Pacelli de ter mantido silêncio sobre a matança de judeus; o que ele teria feito para não se indispor com Hitler, que por sua vez poderia, se fosse excomungado, promover represálias contra os católicos.
– Francisco vai a Jerusalém não só como convite à Igreja para que volte às suas origens, mas também para poder se colocar diante de Israel como um interlocutor crível no difícil e eterno diálogo de paz entre judeus e palestinos – afirma o jornalista Juan Arias, que escreve para o jornal e ressaltou o reconhecimento do papa à “Terra Santa” como berço da religião, afirmando que “não existiria cristianismo sem o judaísmo, de cujo tronco acabaria nascendo”.
– Jesus era judeu de nascimento e de religião – frisou.
– Aos cristãos ele manda uma mensagem clara: acabou-se o secretismo na Igreja. Francisco tem se proposto a despi-la das suas superestruturas, despojando-a de riquezas e ouropéis, de símbolos de poder, de velhos tabus para ressuscitar a primitiva simplicidade das origens do cristianismo – finaliza Arias.
Por Dan Martins, para o Gospel+