A Parada Gay realizada ontem, 29 de maio, em São Paulo atraiu, de acordo com a PolÍcia Militar, 190 mil pessoas à Avenida Paulista, e novamente, provocou polêmica pelos protestos contra a religião cristã.
Viviany Beleboni, 29 anos, transexual que desfilou em uma “cruz” no ano passado e tornou-se centro dos holofotes após um protesto do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) contra a banalização dos símbolos religiosos, novamente usou o momento para se manifestar contra a visão cristã da sexualidade e repudiar a bancada evangélica no Congresso Nacional.
Com uma fantasia de “justiça”, Viviany usou uma peça representativa da Bíblia Sagrada com notas de dólares na parte posterior, em uma crítica velada à teologia da prosperidade e à conduta de líderes religiosos que expressam maior apego ao dinheiro.
“Me ameacem de morte a tiro, como me ameaçaram esta semana […] Porque cachorro que late não morde. Enquanto estiver viva, vou falar de religião porque eles [políticos cristãos] distorcem para criar ódio contra a comunidade LGBT”, afirmou. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Viviany Beleboni teve seu protesto gravado pela equipe da série Sense8, da Netflix. O programa é dirigido pelos irmãos Wachowski, também transexuais.
Em entrevista ao G1, Viviany alegou que seu protesto político contra a bancada evangélica se dá pelo fato de as propostas dos ativistas gays serem, constantemente, rechaçadas no Congresso Nacional: “Por que não passam os textos da bancada LGBT? Quem tapa os olhos da Justiça é a bancada evangélica. Eles principalmente estão querendo ser a Justiça. Eles querem se tornar a Justiça. Eles querem fazer a religião deles como Justiça”, disse. “Não quero ofender ninguém, quero discutir”.
A organização da Parada Gay recebeu R$ 1,2 milhão da Prefeitura Municipal, e se queixou que o valor é R$ 300 mil a menos que o previsto inicialmente.