Um canhão apelidado de cristão e usado pelo Paraguai na guerra contra a Tríplice Aliança, ocorrida entre os anos de 1864 e 1870, voltou a ser lembrado pelo presidente do país no último dia 01 de março, data que marca a homenagem ao Dia dos Heróis no país.
O canhão foi forjado usando metais dos sinos das igrejas de Assunção, no Paraguai, numa tentativa de compensar a falta de armamentos que as forças armadas do país enfrentavam. A Tríplice Aliança era formada por Argentina, Brasil e Uruguai.
Para Federico Franco, presidente paraguaio, o Brasil deve devolver a arma, que é armazenada como troféu de guerra no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
“Venho hoje ao altar da pátria para reivindicar e exigir a devolução do canhão cristão e o arquivo secreto da Tríplice Aliança que está na República do Brasil”, disse Franco, durante a cerimônia de lembrança aos soldados paraguaios, que são tidos como heróis locais pela população.
Segundo o presidente, o canhão cristão é uma propriedade de seu país, e tem valor histórico: “Não haverá paz nem nos soldados nem na sociedade paraguaia enquanto não for recuperado o canhão cristão feito dos sinos de igrejas para destruir o encouraçado Rio de Janeiro”, insistiu o líder paraguaio, mencionando a embarcação da Marinha brasileira que foi atingida pelas balas do canhão.
Confira abaixo, uma reportagem de 2010 do telejornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, que explica a origem do canhão e mostra que o impasse em torno do armamento se estende há muitos anos:
Por Tiago Chagas, para o Gospel+