Manter a atividade religiosa em Ruanda, um país situado na África Oriental, tem sido cada vez mais difícil. Isso porque, o governo local estimulou uma série de exigências para o funcionamento das igrejas, o que tem resultado no fechamento dos templos e até em prisões.
Tudo começou quando o governo aprovou uma lei exigindo várias regras que, na prática, estão longe do alcance da maioria das igrejas locais, tendo em vista a situação de pobreza no país.
Entre as exigências, por exemplo, estão o isolamento acústico dos templos; a construção de estradas de acesso à igreja e aos complexos da igreja, às quais devem ser completamente pavimentadas, bem como a instalação de pára-raios no edifício das denominações.
Nem mesmo em um país como o Brasil, que é uma das 10 maiores potências econômicas do mundo, a maioria das igrejas teriam condições de adequar a todas essas exigências. Em Ruanda, então, onde a pobreza é acentuada, essa possiblidade é muito mais distante.
Como resultado, segundo informações da Portas Abertas, cerca de 8 mil igrejas já foram fechadas por determinação do governo, desde que as regras passaram a ser cobradas em março de 2018. Além disso, alguns pastores que ousaram criticar as medidas acabaram presos.
“Descobrimos que todas as igrejas estão sofrendo o mesmo destino e que mesmo as igrejas consideradas luxuosas para os padrões locais tiveram que fechar”, afirmou um analista local, ao World Watch Monitor.
De acordo com a Portas Abertas, o governo de Ruanda tem sido cada vez mais intolerante em relação à cobrança das exigências, chegando a determinar o fechamento dos templos a qualquer momento, sem qualquer aviso prévio.
“Em uma das vilas, uma igreja foi fechada enquanto um casamento estava acontecendo. As autoridades simplesmente disseram ao casal e aos convidados que deixassem a igreja durante a cerimônia porque a igreja seria fechada”, informa a entidade.