A perspectiva que pastores tem da religião pode ser diferente da visão que os fiéis possuem, e o surgimento de um movimento entre evangélicos que praticam a fé mas não pertencem a nenhuma igreja, fez com que um pastor se licenciasse de seu cargo por três meses, para entender os motivos que tem levado pessoas a aderirem a essa tendência.
O pastor Mark Sandlin afirma que seu trimestre sabático é uma forma de compreender esse outro ponto de vista: “Há uma semana, dei início a um período sabático de três meses. Decidi que durante esse tempo, não pisaria na igreja. Por que fiz isso? Porque uma grande quantidade de pessoas com quem desejo trabalhar em meu ministério, não são membros de nenhuma igreja. Eles não são pagãos, nem privados de espiritualidade – são como eu, só que têm o domingo de folga”.
O caso foi divulgado através de uma coluna da edição norte-americana da revista Cristianismo Hoje, e publicada no site da edição em português, com tradução de Julia Ramalho. O texto relata ainda que o pastor Sandlin divulgará em seu blog as experiências espirituais fora da igreja nesse período.
Sandlin ressalta que os motivos que fazem muitos se afastarem da igreja são conhecidos por todos, porém, saber quais são essas razões é diferente de senti-las: “Sou um pregador. Estou completamente envolvido no sistema, e nessa posição, fica difícil ter uma perspectiva. Teoricamente, entendo por que um número cada vez maior de pessoas da nova geração está optando por se separar do ‘rebanho’, mas francamente, apenas ver e reconhecer a ‘hipocrisia’ (um dos motivos que eles, com razão, alegam afastá-los da igreja), não é o bastante. Eu preciso fazer algo a respeito. Portanto é hora de adquirir perspectiva”, declarou o pastor.
O artigo da Cristianismo Hoje questiona se um pastor, mesmo abdicando de suas funções por um determinado tempo, teria capacidade de compreender a perspectiva.
-Quantos pastores são capazes de entender como se sente uma pessoa que trabalhou 60 horas durante a semana, e chegou ao culto de domingo e ouviu que deveria dedicar mais tempo ao trabalho voluntário na igreja? Ou quantos pastores estão familiarizados com a pressão de se trabalhar em um ambiente que não seja cristão? E ainda, quantos se lembram de como é ser discípulo de Cristo quando isso não faz parte de seu trabalho? – observa o texto da revista.
Redação Gospel+