Um pastor evangélico que havia sido acusado de discurso de ódio contra muçulmanos por pregar que a religião islâmica é “pagã” e “satânica”, foi absolvido no tribunal.
James McConnell, 78 anos, é líder da Whitewell Metropolitan Tabernacle, uma igreja de Belfast, capital da Irlanda do Norte.
Em suas pregações, transmitidas pela internet, o pastor James afirmou que o islâmico tem “uma doutrina gerada no inferno”, o que bastou para que autoridades o acusassem de usar a rede pública de comunicação de forma indevida, transmitindo mensagem grosseira e ofensiva.
De acordo com informações do portal Christian Today, ainda durante a mesma pregação, o pastor havia justificado sua visão a respeito do islâmico citando o fato histórico de que “a religião muçulmana foi criada centenas de anos depois de Cristo”, o que exclui a possibilidade de que seja uma crença pioneira, como muitos muçulmanos acreditam, em sua ignorância.
“Maomé, o profeta islâmico, nasceu por volta do ano 570 d. C, mas os muçulmanos acreditam que o islã é a religião verdadeira. Agora as pessoas dizem que há bons muçulmanos na Grã-Bretanha. Isso pode ser verdade, mas eu não confio neles”, acrescentou o pastor, à época.
No julgamento, James McConnell reiterou o teor de sua pregação: “Eu estava atacando a teologia do Islã, eu não estava atacando nenhum muçulmano individualmente. Eu não percebi que as pessoas muçulmanas boas se sentiriam feridas. Eu não fui para a igreja para provocar ninguém. Entrei na igreja para apresentar a verdade”, defendeu-se.
A sentença que absolveu o pastor foi comemorada por Peter Lynas, diretor da Aliança Evangélica da Irlanda do Norte, entidade que prestou assistência jurídica a McConnell: “O veredito de hoje é uma vitória para o senso e a liberdade de expressão. No entanto, até que a lei seja alterada ou a orientação clara seja emitida, ainda haverá preocupação com a ação penal. O Ministério Público precisa explicar por que este caso foi levado a diante, e assegurar a todos que isso não irá acontecer novamente”, comentou.