O pastor e escritor John MacArthur afirmou que a Bíblia não endossa o ministério pastoral feminino, e que essa visão vem sendo contrariada pelas igrejas evangélicas ao redor do mundo.
MacArthur é líder da Grace Community Church e internacionalmente conhecido por seu programa de rádio, Grace to You, e por mais de 150 livros publicados. Sua postura teológica conservadora, de orientação calvinista, é uma das principais características de seu ministério, que o levaram a ser considerado um dos pregadores mais influentes da contemporaneidade pela revista Christianity Today.
Com frequência, participa de programas de televisão nos Estados Unidos expondo a visão bíblica a respeito de temas complexos da sociedade atual, como homossexualidade, aborto, guerra, adultério, entre outros.
Questionado por um fiel da igreja que ele dirige se ele já teria pensado em oferecer a chance à sua esposa de pregar, o pastor foi enfático: “Nunca tive esse pensamento. Não é bom que as mulheres preguem”, respondeu MacArthur.
Para justificar sua resposta, o pastor citou I Timóteo 2:12: “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio”. Posteriormente, acrescentou I Coríntios 11 para dizer que “a ordem da Igreja é que Deus é a cabeça de Cristo, Cristo é a cabeça do homem, o homem é a cabeça da mulher”.
“Essa é a ordem que Deus projetou na Igreja, modelada pela submissão de Cristo ao seu próprio Pai”, acrescentou o pastor. “Quantos dos 66 livros da Bíblia foram escritos por mulheres? Nenhum. Você não acha que se as mulheres devessem ter autoridade igual para pregar e ensinar na Igreja, o Senhor não permitiria que uma delas escrevesse ao menos um livro na Bíblia?”, questionou.
Por fim, MacArthur afirmou que não há espaço para “nenhuma dúvida nas Escrituras” sobre a questão em torno do ministério feminino na Igreja.
Pastor pentecostal concorda
O pastor Antonio Gilberto, consultor doutrinário da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), afirmou ser contra a ordenação de mulheres ao diaconato ou pastorado, por ser antibíblico: “Muitas vezes elas fazem o trabalho melhor do que os homens. Mas ordenar para o Santo Ministério, não tem base nas Escrituras. E como é que isso está acontecendo?”, questionou.
Para Gilberto, as pessoas que lideram as denominações terão que prestar conta a respeito do assunto: “É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres”, enfatizou.
Como o debate gira em torno da legitimidade bíblica ao redor das nomeações, o pastor enfatizou que não é somente as ordenação de mulheres que será cobrada da liderança das igrejas. Segundo ele, muitas outras coisas que não estão na Bíblia, mas que são impostas pelas igrejas, serão pesadas por Deus.
“É antibíblico. E o que fazer? Quem estiver fazendo vai prestar conta a Deus. Mas infelizmente não é só ordenação de mulheres, é muita coisa que a igreja decide por ela. Eu podia fazer menção aqui, não vou, não há necessidade. Para ninguém pensar que é só esse fato: São várias coisas que a igreja faz sem ter… Por exemplo, há igrejas que só separam obreiros para o diaconato se forem casados, não estou criticando a igreja local, há igreja que só separa casados porque o escândalo está sendo grande de obreiros solteiros […] Onde está isso na Bíblia? Lugar nenhum. É a igreja que decide!”, concluiu.