Após quase dois meses preso, o pastor Artur Pawlovski foi libertado sob fiança pela Justiça canadense. No período, o presídio o colocou em cela solitária algumas vezes.
Artur Pawlowski, pastor de uma pequena igreja em Calgary, na província de Alberta, foi libertado da prisão após 51 dias sendo transferido entre uma cela e o confinamento solitário. Considerado inimigo pelo governo, o líder cristão expôs o autoritarismo no país imposto sob pretexto de medidas de combate à pandemia.
Pawlowski foi preso no mês passado por supostamente incitar “desobediência civil” ao discursar para multidão de caminhoneiros reunidos na fronteira entre Canadá e Estados Unidos para protestar contra a obrigatoriedade de vacina contra a covid-19.
Críticos do governo canadense descreveram a prisão do pastor Pawlowski como “uma tentativa de impedi-lo de se expressar politicamente a esses caminhoneiros”. Uma iniciativa de arrecadação de fundos foi criada na plataforma GoFundMe para ajuda-lo a pagar os advogados.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau difamou os caminhoneiros, que representavam uma ampla faixa de etnias e religiões, como defensores do “antissemitismo, islamofobia, racismo anti-negro, homofobia e transfobia”.
Autoridades de Ottawa, a capital canadense, apreenderam combustível de caminhoneiros e daqueles que buscavam fornecer combustível para os caminhoneiros se manterem aquecidos dentro de suas cabines em meio a temperaturas congelantes, citando a crença de que o acesso ao combustível estava permitindo que os caminhoneiros persistissem em seu protesto.
O repórter da Rebel News, Adam Soos, publicou no Twitter um vídeo de Pawlowski deixando o presídio de Calgary. O pastor abraçou sua esposa Marzena e seu filho, Nathaniel.
Antes da libertação de Pawlowski, o mesmo jornalista relatou que “todos os que se reuniram para cumprimentar Artur após sua libertação foram instruídos a sair imediatamente sob a ameaça de que Artur seria preso novamente se alguém falasse com ele antes de deixar o terreno do Centro de Detenção de Calgary”.
Antes das autoridades penitenciárias exigirem que a multidão se dispersasse, uma imagem capturada por Adam Soos mostrava um grupo de apoiadores, liderados pela esposa e filho de Pawlowski, na fila para cumprimentar o pastor.
A advogada Sarah Miller, que defende o pastor, afirmou que um juiz concordou em liberar o pastor da custódia sob condições de fiança que ela caracterizou como “bastante rígidas”.
Ela também explicou que, embora “esta não seja a situação do tipo de comemoração completa que esperamos porque ele está sob condições muito rígidas”, ela concluiu que “estar sob condições rigorosas em casa com sua família é muito melhor” do que gastar tempo atrás das grades.
As condições de fiança impostas ao pastor incluem “um toque de recolher noturno das 19h às 7h”, com exceções que incluem os cultos de sua congregação e a exigência de que ele “não participe de nenhum protesto”.
Caso Artur Pawlowski viole os termos de sua fiança, sua esposa e filho podem ser forçados a pagar US$ 20 mil e US$ 4 mil, respectivamente, conforme informações do portal The Christian Post.
Artur is out.
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— Adam Soos ⳩ (@ATSoos) March 30, 2022