Previsto para ser votado este mês, o Projeto de Lei 442/1991 visa legalizar os jogos de apostas no Brasil, também conhecidos como “jogos de azar”, apesar da resistência dos setores conservadores e da bancada evangélica do Congresso Nacional. Nesse contexto, o pastor Roberto de Lucena, que também é deputado federal (Pode/SP), concedeu uma entrevista onde fez um alerta sobre o assunto.
O pastor explicou que os jogos de apostas, como os oferecidos em lotéricas e outros semelhantes, oferecem algo que contraria um princípio bíblico, que é o sustento através do trabalho. Além disso, eles também têm o potencial de causar vício, escravizando as pessoas do ponto de vista psicológico e emocional.
“A Bíblia diz, em 1Coríntios 6, ‘não me deixarei dominar por coisa alguma’. Portanto fica claro que, o cristão que se deixa dominar pela ilusão de dinheiro fácil dos jogos já está cometendo um grave erro”, disse Lucena.
Um dos argumentos utilizados pelos defensores da legalização dos jogos de azar, é que o Estado ganharia muito com a arrecadação dos impostos. Todavia, Lucena explica que isso traria consequências negativas do ponto de vista social, especialmente para os mais pobres.
“Toda promessa de ganho sem esforço é enganação, e engana principalmente aquelas pessoas que menos têm recursos financeiros. As loterias, os cassinos, a indústria dos jogos, é milionária em função do dinheiro de pessoas pobres. E não há sorte nisso. Há azar, tristeza, depressão, tragédias e morte, por todos os lados”, disse ele ao Guiame.
“Quantas famílias são destruídas por esse vício, quantas pessoas já perderam tudo o que tinham, e perderam a vida para a depressão, após se perceberem sem suas economias?”, questiona o pastor.
Em um cenário de eventual aprovação e sanção do 442/1991, Lucena disse que os impostos arrecadados terminariam sendo usados para tratar o impacto social causado pela dependência causada pelos jogos, o que não resultaria em qualquer ganho por parte do Estado.
“É por isso que o PL está há mais de 30 anos nas gavetas do Congresso. Porque o povo não aceita essa legalização”, conclui o pastor.