O jornalista Maziar Bahari participou de uma live com pessoas que foram presas por causa da fé em Jesus Cristo, no Irã, onde contaram detalhes sobre o quanto é difícil viver em um país onde a perseguição religiosa existe por causa do radicalismo islâmico. Segundo eles, a conversão a qualquer outra religião chega a ser “um ato heroico!”.
“A conversão é um grande obstáculo na maioria dos países de maioria muçulmana, incluindo o Irã”, afirmou Mansour Borji, do Article18, que também participou da live. Ele explicou que, apesar do Irã ter assinado um tratado das Nações Unidas sobre liberdade religiosa, isso não vem sendo respeitado.
“Quando a Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas estava sendo assinada pelos Estados membros, o Irã e alguns dos outros países tinham objeções a este artigo em particular, o Artigo 18, que previa e garantia o direito de escolher sua religião e exercê-la livremente – pessoalmente, e também privada e publicamente. Mas, no entanto, o Irã o assinou e mais tarde o adotou no parlamento… e isso agora é uma obrigação para o Irã respeitar esse direito de todos os seus cidadãos”, declarou.
Shadi Noveiri, uma dos participantes da live que testemunhou sobre o motivo da prisão que sofreu no Irã, afirmou que a conversão ao cristianismo é vista como algo tão grave quanto o crime de assassinato. Não por acaso, o país ocupa a 9ª colocação na lista mundial de perseguição religiosa da organização Portas Abertas.
“Seu crime é ainda pior que assassinato! Ao se converter ao cristianismo, você cometeu um crime ainda mais grave!”, disse Shadi, segundo informações do Article18. Para as mulheres, as consequências por causa da conversão a Cristo podem ser ainda piores, visto que a teocracia islâmica trata o sexo feminino de forma diferente em relação ao masculino.
Apesar das enormes dificuldades e contexto de ameaça, Shadi contou que enquanto esteve na prisão, busco se alimentar da Palavra de Deus. No entanto, o acesso à bíblia sagrada não foi permitido pelas autoridades locais, pois consideraram isso uma afronta.
“Eu disse que gostaria de ler a Bíblia, e eles começaram a me humilhar, zombar de mim, insultar-me e dizer que não tenho direito de pedir tal coisa!”, contou. Atualmente livres da prisão, Shadi e os demais irmãos em Cristo, como Kavian Fallah-Mohammadi e Vahid Hakkani, testemunham para o mundo o quanto a perseguição religiosa no Irã é uma triste realidade.