Há muito tempo o tema tatuagem gera discussões no meio evangélico, com argumentos favoráveis e contra de todas as partes. Por muito tempo, foi consenso no meio pentecostal que “marcar a pele” era pecado, enquanto que algumas denominações neopentecostais definiam a questão como de “foro íntimo” de cada fiel.
Ainda sem um consenso entre as diferentes linhas de interpretação da Bíblia sobre o assunto, o pastor Pat Robertson definiu que o adorno é “inadequado para cristãos por ser uma prática pagã”. A afirmação foi feita durante seu programa The 700 Club na unidade norte-americana da emissora de TV Christian Broadcasting Network (CBN).
Um telespectador entrou em contato para dizer que “estava pensando em fazer uma tatuagem de Jesus” nas costas e pediu a opinião do veterano e polêmico pastor. Robertson não titubeou ao dizer que não aprovava a ideia.
“Você olha para a Bíblia, e está escrito para o povo não marcar o corpo e se cortar como pagãos fizeram. Tatuagem é uma prática pagã, e não cristã”, cravou Pat Robertson, citando Levítico 19:28: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”.
Controvérsia
Muitas denominações já aceitam que os fiéis se tatuem, e há inclusive os que se posicionam dizendo que o papel das denominações é abrigar os cristãos, respeitando as experiências de fé de cada um. “A Igreja somos nós”, diz o pastor Steve Bentley, que montou um estúdio de tatuagens na sede da igreja que lidera.
Já o pastor Chris Seay, da Ecclesia Church, em Houston, Texas, rebate o argumento de Robertson dizendo que a passagem de Levítico tem como objetivo disciplinar o povo contra a idolatria, e não contra os adornos em forma de tatuagem: “O problema não era com as tatuagens, mas com o fato de que fazer uma tatuagem ou cortar o cabelo ou barba era um símbolo que na época era identificado como adoração a deuses pagãos”, argumentou, de acordo com informações do Christian Post.