Na quinta-feira, 14 de março, um ciclone destruiu praticamente toda a cidade portuária de Beira, em Moçambique, na África, vitimando cerca de 1000 pessoas, segundo estimativa do presidente Filipe Nyusi. Apesar disso, medidas de socorro emergenciais visando auxiliar a população não foram tomadas, segundo relatos de um pastor que esteve no local.
“A situação está ficando muito grave. Se não houver ajuda internacional, o que já era precário, vai virar o caos. Eles não vão reconstruir tão fácil. Lá já tem muito assalto, muita violência. Vai virar uma loucura”, disse o pastor metodista Jeferson Antônio Miguel .
Jeferson, que também é vereador de Brodowski (SP), esteve com outros quatro amigos em Moçambique como parte de mais uma visita ao projeto “Iluminando Vidas”, do qual fazem parte, para auxiliar crianças carentes da região. Eles testemunharam o caos vivenciado pelos africanos após a passagem do ciclone.
“Foi terrível. O que me impressionou foi que eu passei lá três dias depois do ciclone e não tinha um bombeiro na rua, um policial. Não tinha exército. Não tinha ninguém orientando as pessoas. O povo de Beira está jogado à própria sorte”, conta o pastor.
“Entendi que seria uma tempestade forte, mas nunca imaginei que seria um furacão como foi. Ele durou cerca de 12 horas. Começou na quinta (14) umas 17h e foi se intensificando. Entre meia-noite e 3h [de sexta] foi terrível”, disse ele.
Ajuda do Brasil e outros países
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (21) que conversou por telefone com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, oferecendo ajuda do Brasil para o que for necessário em seu país.
“Nos colocamos à disposição no que for possível. [Eu] me solidarizo com o povo do Zimbabue e Malauí, também atingidos pelo ciclone”, escreveu Bolsonaro, primeiramente em sua conta no Twitter. Depois, já em viagem oficial ao Chile, Bolsonaro reiterou a ajuda durante uma transmissão ao vivo feita pelas redes sociais, segundo a Istoé.
O governo americano de Donald Trump também anunciou nesta quinta o envio de equipamentos para tornar água suja em potável, uma das maiores necessidades da população, devido a falta de abastecimento nos principais locais atingidos.
“Obviamente, quando há tanta água, o acesso à água potável para as famílias é uma necessidade importante”, disse Aimee Lauer, líder de assistência da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A Organização das Nações Unidas também anunciou uma ajuda de US$ 20 milhões – cerca de R$ 75 milhões – para ajudar as vítimas do ciclone, e a União Europeia outros 3,5 milhões de euros, equivalentes a R$ 15 milhões, segundo o G1.
Finalmente, O pastor Jeferson e seus amigos conseguiram retornar ao Brasil no dia 19. Eles não conseguiram obter informações sobre as crianças que ajudam em Moçambique, mas garantiram que elas não serão abandonadas.
“Foi impossível ter informações sobre eles”, disse o pastor. “Fomos várias vezes para o aeroporto, mas ele estava abandonado. Não tinha ninguém para dar informação. O guichê da South Africa estava fechado. No domingo, fomos com mala e tudo para lá e conseguimos um voo para Joanesburgo [na África do Sul]”.