Na quarta-feira (20/03) foi realizado um culto na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, local onde ocorreu um massacre que vitimou oito pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do estabelecimento. O objetivo da cerimônia religiosa foi homenagear às vítimas e fortalecer emocional e espiritualmente os sobreviventes do atentado.
A cerimônia foi realizada na quadra da escola, mas retornar ao local não foi uma tarefa fácil para quem vivenciou os momentos de terror protagonizados por dois assassinos. Assim, o acompanhamento dos pais foi algo crucial para muitos alunos.
Silvio Cesar Marsola de Souza, de 47 anos, é um dos pais que acompanhou o filho no retorno ao colégio e estava presente no culto. Ele comentou o sofrimento emocional pelo qual o adolescente de 16 anos está passando.
“Eu estava longe do problema e não consigo aceitar e dissipar a dor no meu peito. Eu imagino como está a situação dele e de todos os outros alunos que vivenciaram.”, disse Souza.
“É um sentimento de estar próximo dele e dar força para ele superar isso, porque ele não vai conseguir esquecer. Mas eu tenho de estar junto para que supere isso e viva daqui para frente. Ele tem o compromisso e a responsabilidade com a vida e com as pessoas e com o que puder fazer de bom daqui para frente”, disse o pai.
O filho, que se chama Gabriel Santos de Souza, ficou emocionado ao lembrar do momento em que ele e o amigo precisaram correr para tentar escapar dos atiradores. Infelizmente seu amigo foi um dos assassinados naquele dia.
“A gente estava no intervalo, jogando truco, e ouviu os disparos. A gente começou a correr. Veio na nossa direção e não vi mais o meu amigo, o Douglas (Murilo Celestino), que estava comigo.”, disse o jovem, segundo informações do Estadão.
“Sabemos que está todo mundo unido para conseguir superar. Não estou conseguindo dormir bem, comer, penso o tempo todo. É um sentimento de tristeza.”, completou Gabriel.
A cerimônia foi realizada pela manhã e contou com a presença de líderes de várias religiões. Para o pastor Valter Oliveira, apesar do sofrimento causado pelo massacre, é preciso seguir em frente.
“Para nós, ainda é um momento de muita aflição e tristeza. Estamos consternados, mas não estamos destruídos”, disse ele, que lidera a Igreja Comunidade da Graça.