Na guerra pelos votos do eleitorado evangélico, no segundo turno, Dilma Rousseff e José Serra desagradaram os gays. “Os dois subiram no muro”, queixa-se o fundador da Igreja Cristã Contemporânea e gay assumido, pastor Marcos Gladstone.
Dilma e Serra já defenderam publicamente a união civil de pessoas do mesmo sexo. O candidato tucano também já se declarou favorável à adoção de crianças por casais gays, mas, para Gladstone, os presidenciáveis deveriam ser mais explícitos no apoio às causas dos gays, como a criminalização da homofobia e o direito à adoção.
Com quatro anos de existência, três templos no Rio de Janeiro e um em Belo Horizonte, a igreja tem maioria de gays e lésbicas.
O rebanho do pastor Gladstone (900 fiéis) cresce rapidamente. No final do mês, será inaugurado o quinto templo, em Madureira, na zona norte do Rio. Ele diz que a igreja não cresce mais rápido por falta de infraestrutura, pois não lhe faltariam potenciais adeptos.
Ele não aborda a eleição nos cultos, nem recomenda voto. “Aqui não tem voto de cabresto. Somos uma igreja de membros livres”, afirma.
Ele tem relação estável há quatro anos com o pastor Fábio Inácio, egresso da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles registraram a união em cartório e casaram na igreja.
Chegou a ser noivo de uma mulher por vários anos. Rompeu o noivado ao retornar de uma viagem a São Francisco (meca dos gays nos EUA), onde, diz, teve uma revelação divina sobre sua homossexualidade.
O casal de pastores votou em Dilma no primeiro turno, mas está dividido em relação ao segundo turno. Fábio Inácio vai repetir o voto na petista, mas Gladstone disse que ainda está indeciso.
O engajamento do pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia –crítico ferrenho do homossexualismo– na campanha de José Serra pode tirar votos do tucano entre os gays evangélicos.
Fonte: Folha / Gospel+