O pastor John MacArthur vem fazendo alertas à Igreja sobre o risco de abandonar a missão de anunciar o Evangelho para abraçar a cultura contemporânea politicamente correta, com afagos a movimentos sociais que, em suma, dividem a sociedade em uma guerra de classes.
“‘Justiça social’ (no uso do termo no mundo) implica ideias políticas que são consideradas sofisticadas – a saber, política de identidade, teoria crítica da raça, redistribuição de riqueza e outras políticas radicais ou socialistas. Essas ideias foram popularizadas e propagadas pela primeira vez na academia secular, onde eles são agora considerados como detentores da sabedoria e se tornaram uma parte dominante da cultura popular. Os evangélicos que estão perseguindo a cultura são os retardatários no grupo daqueles que defendem a ‘justiça social'”, escreveu MacArthur em seu blog Grace to You Ministry.
O pastor lamentou ver a Igreja “completamente enredada em esforços para agradar a cultura” secular, e afirmou que se vê na obrigação de chamar a atenção dos cristãos para a defesa do Evangelho porque “os evangélicos, como um grupo, mostraram uma inquietante disposição para comprometer ou ofuscar desnecessariamente todos os tipos de questões onde as Escrituras falaram claramente e sem ambigüidade”.
MacArthur abordou várias questões importantes para a cultura secular contemporânea, como o papel das mulheres no ministério e a adoção de estilos de vida sexuais alternativos fora do casamento bíblico.
“Por exemplo, apesar da clareza de I Timóteo 2:12 (‘Eu não permito que uma mulher ensine ou exerça autoridade sobre um homem’), líderes evangélicos vêm debatendo há vários anos se as mulheres se qualificam para ser anciãs ou pastoras. Muitos capitulam à preferência cultural, em vez de se submeterem à autoridade bíblica sobre esta e outras questões similares. Alguns tentaram redefinir o papel e o funcionamento adequado da família. Outros parecem querer desconstruir – ou simplesmente ignorar – o que a Bíblia diz sobre divórcio e novo casamento”, explicou o pastor.
Apesar de pontuar que sua postura rígida sobre o assunto é oriunda da Bíblia Sagrada, o pastor também ressaltou que parte da dificuldade em aceitar o que dizem as Escrituras surge do compromisso que muitos grupos evangélicos fazem com a cultura mundana.
“Durante décadas, a noção popular tem sido que se a igreja estava indo para alcançar a cultura, primeiro precisava se conectar com o estilo e os métodos do pop secular, cultura ou modismos acadêmicos. Para esse fim, a Igreja entregou suas formas históricas de adoração […] Em muitos casos, tudo o que uma vez constituiu um culto tradicional desapareceu completamente, dando lugar a formatos de shows de rock e tudo o mais que a igreja poderia emprestar da indústria do entretenimento”.
-John MacArthur
“Desejando aceitação na cultura mais ampla, a igreja copiou descuidadamente as preferências de estilo do mundo e as modas passageiras […] neste exato momento, há uma campanha florescente para reconsiderar e abandonar a posição histórica da Igreja sobre questões LGBT sob a bandeira da ‘justiça social'”, continuou o pastor, tecendo críticas também às pregações de autoajuda adotadas por muitas igrejas que não querem parecer “sem sofisticação”.
“Estou convencido de que os motivos dominantes são pragmáticos”, disse ele, sugerindo interesse de muitos líderes em templos cheios: “No ministério, o sucesso não pode ser medido numericamente ou pela opinião popular. ‘É exigido dos mordomos que sejam encontrados fiéis’ ( I Coríntios 4: 2) – não ‘famosos’, ‘na moda’, ‘imundos e ricos’. Se os números de comparecimento são medidores de efetividade de alguém, literalmente não há fim para os esquemas malucos que a pessoa tentará legitimar – contanto que os esquemas sejam bem sucedidos em atrair multidões apreciativas. Essa ideia tem injetado veneno diretamente no meio evangélico. Por décadas”, encerrou, conforme informações do portal The Christian Post.