Um pastor está sendo investigado por lesão corporal dolosa à própria filha, que estava desaparecida e foi localizada no último sábado, 17 de maio. A adolescente de 17 anos afirmou à Polícia que fugiu de casa após levar uma surra do pai, e apresentava escoriações pelo corpo.
Maurício Gomes Martins não foi acusado pela filha adolescente de maneira formal, no entanto, os policiais que realizavam buscas para determinar o paradeiro de Gabriela Martins encaminharam o caso para a Delegacia da Mulher de Catanduva, no interior de São Paulo.
Segundo informações do site O Regional, o delegado Hélvio Bolzani relatou que ao ser encontrada, a adolescente se mostrou relutante em voltar para casa: “Policiais da DIG, juntamente com o coordenador do Conselho Tutelar, foram até [a cidade de] Olímpia e localizaram o rapaz que havia acolhido a adolescente. Ele prontamente afirmou que ela estava em sua casa, explicando que achava que ela fosse maior de idade. A jovem, ao ser encontrada, foi resistente em não querer voltar para casa, mas depois com orientação do Conselho Tutelar, aceitou voltar”.
Depois da localização da adolescente, os pais a acompanharam ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito. “Graças a Deus agora está tudo bem. A Gabriela está bem, além de nós (pais), ela está na responsabilidade de duas irmãs da igreja que estão nos dando muito apoio neste momento”, comentou a mãe, Maria José Gomes Martins.
A mãe afirmou aos jornalistas que o pai admitiu ter batido na filha durante uma discussão, mas que eles já haviam se reconciliado. O próprio pastor confirmou a história: “Nesse dia perdi a cabeça durante uma discussão. Três dias antes da briga, ela fez um erro, eu a adverti verbalmente, explicando que o fato de eu ser pastor de uma igreja sou ainda mais cobrado e ela precisava se comportar em determinadas atitudes. Depois ela voltou a repetir o mesmo erro, foi onde perdi a cabeça e dei várias cintadas nela”, disse Martins.
Sobre a possibilidade de ser incriminado na lei Maria da Penha, o pastor demonstrou tranquilidade: “A Lei é preciso cumprir, se tiver que pagar, vou pagar. Isso é uma aprendizagem tanto para ela e para mim, pois o fato de ser pastor não significa que eu não erre, sou também humano. Mas agora a gente procura esquecer o que já aconteceu, o importante é que já nos entendemos e já aliviou principalmente o coração da mãe dela, que estava muito aflita”, resumiu.