Polêmicos, os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano (PSC-SP) não são unanimidade dentro ou fora do meio evangélico, e suas posturas públicas muitas vezes são vistas como equivocadas por seus pares ou adversários.
O pastor Giovani Ribeiro Alves, filósofo, professor e líder de uma congregação da Assembleia de Deus em Goiânia, publicou em sua coluna no site do Diário da Manhã uma crítica às duas figuras citadas acima, dizendo que ambos “não representam o pensamento de todos os evangélicos”.
De acordo com Alves, “a inversão dos valores é uma marca predominante na nossa atual sociedade”, e essa característica não se ausenta entre cristãos: “No meio evangélico, também é comum vermos a predominância dos valores invertidos. Outrora, o evangelho de Jesus era anunciado com base na Salvação da Alma […] Temos visto a banalização do evangelho em detrimento de um evangelho monetário, onde muitos tem pregado um evangelho que, tem como base o acumulo exagerado dos bens materiais aqui na terra, fazendo apologia da chamada ‘Teologia da Prosperidade’”.
Sobre o pastor Silas Malafaia, Alves afirma que ele “não pode falar em nome de todos os evangélicos”, pois existem lideranças no meio que discordam de suas posturas.
“Silas Malafaia, que segundo o nosso entendimento, tem usado a mídia com o intuito de apenas projetar-se, e dela tirar para ele, interesses próprios. Entendemos que se o pastor Silas Malafaia, estivesse interessado em essencialmente contribuir com o Reino de Deus, ao invés de ficar se digladiando com os defensores das causas gays e das causas GLBT, que o meio evangélico respeita e tem uma postura bíblica já pré-estabelecida em relação a essa questão […] deveria, por exemplo, criar um grande movimento evangélico de evangelização, para buscar aqueles que se encontram sem Deus e sem esperança, e ainda atuar no sentido de auxiliar os milhares de dependentes químicos, onde muitos viciados no Brasil e no mundo, estão morrendo diariamente em decorrência do vício do crack e de inúmeras outras drogas que, escravizam milhares de crianças, jovens e adultos”, criticou o pastor.
Sobre o pastor e deputado Marco Feliciano, Alves foi ainda mais duro: “Figura polêmica, que antes de ser deputado, era um pregador remunerado, que cobrava preços exorbitantes em cada uma de suas preleções, cujas mensagens sensacionalistas e carregadas de um ‘pseudocarisma’, conseguia convencer uma boa parte do público evangélico”.
Para o pastor e filósofo, Feliciano “tem demonstrado despreparo cultural, intelectual e político para lidar com essas questões polêmicas . Na qualidade de pastor e evangélico, Marco Feliciano poderia fazer a diferença como um pastor evangélico, podendo inclusive, até mesmo emitir sua opinião e seu voto contrário, em relação aos assuntos que não comungam com o meio evangélico, mas , por outro lado, poderia agir com maestria, diálogo, e acima de tudo como um cristão que ama ao próximo, assim como Cristo ama a todos, isto é, independente de raça, cor, sexo ou religião , não deixando de enfatizar também que, Cristo jamais ama ou amará o pecado”.
Em seu resumo, o pastor Giovani Ribeiro Alves frisa que “a mídia deve ser usada com o objetivo de anunciarmos ao mundo, que Jesus salva, Jesus cura, Jesus liberta e acima de tudo, anunciarmos ao mundo a sublimidade do amor de Deus, daí partindo desses princípios básicos do evangelho verdadeiro, chegamos á conclusão de que Marco Feliciano e Silas Malafaia, não representam o pensamento de todos os evangélicos”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+