Um pastor evangélico acusado de matar um jovem de 26 anos que namorava sua filha se entregou à Polícia na última quarta-feira, 13 de maio.
O caso registrado em Rio Branco (AC) envolve o pastor Valmirez Peres e outras duas pessoas, suspeitos de matarem a facadas o jovem José Celeste Souza. O crime foi cometido no domingo, 10 de maio, e o rapaz faleceu na segunda-feira após ser submetido a duas cirurgias.
De acordo com a Polícia, o pastor compareceu à delegacia acompanhado de um advogado, prestou depoimento à delegada Wânia Lília e na sequência, liberado.
Uma das filhas do pastor, Mayara Peres, 22 anos, disse que o pai agiu em legítima defesa, pois Souza teria agredido sua irmã, com quem namorava.
“Ele fez isso para defender a família. O cara [vítima] tinha ido no sábado lá na minha casa e fez uma confusão, tudo porque ele queria levar minha irmã embora. O relacionamento deles durou dois meses. Passaram um mês namorando escondido, tudo desmoronou quando eles se assumiram. Vamos trazer os Boletins de Ocorrência que foram feitos depois que ele bateu na minha irmã. Tem como comprovar que minha irmã foi agredida. Em nenhum momento meu pai pensou em fugir. Ele cometeu um crime e está disposto a pagar”, afirmou Mayara.
A jovem relatou ainda que seu irmão, de 20 anos, considerado suspeito de participar do crime, está disposto a se apresentar na delegacia, assim como sua outra irmã de 17 anos, também suspeita de participar da morte de Souza.
“Meu pai poderia fugir da Justiça, mas não vai fugir da Justiça de Deus. Meu irmão está aguardando o advogado ver a situação do meu pai para depois vir se entregar”, afirmou Mayara, de acordo com o G1.
A delegada Wânia Lília confirmou que o pastor alegou legítima defesa no depoimento e esperou passar 48 horas do momento do crime para esperar vencer o flagrante e se apresentar: “Ele resolveu comparecer com seu advogado e nós continuaremos com as investigações, para chegar em um resultado final. Segundo ele, era um problema de família, ele não concordava com o relacionamento da filha, que se relacionava com a vítima. Nós iremos continuar com o inquérito para dar uma solução para as famílias”, disse a delegada.
O padrasto de Souza, Sifrônio Bezerra, 55 anos, lamentou a morte do rapaz e disse que vem sendo ameaçado pela família do pastor. O aposentado contou que sofreu um atentado na terça-feira, 12 de maio, quando duas pessoas em uma motocicleta disparam três tiros contra ele: “Poderiam estar me velando hoje. Meu filho foi morto inocentemente, ele estava trabalhando. Em momento nenhum meu filho bateu na namorada. Eu também não queria que ele namorasse essa menina, cheguei a retirar ela de dentro da minha casa. Eu não conheço nenhum deles, só criaram rixa com meu filho”, lamentou.