O pastor Milton Ribeiro foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro como o novo ministro da Educação. Membro da Igreja Presbiteriana do Brasil, o novo titular do MEC ocupava um cargo na Comissão de Ética da Presidência da República.
Milton Ribeiro é graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em direito constitucional pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, instituição da qual é ex-vice-reitor.
Conforme informações do portal G1, o pastor também é um militar da reserva do Exército e abriu mão do mandato que tinha na Comissão de Ética da Presidência da República, que iria até 2022.
Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a nomeação do pastor logo após a publicação de uma edição extraordinária do Diário Oficial da União. “Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação. Doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República”, comentou.
O novo ministro substitui outro evangélico no MEC: Carlos Alberto Decotelli ficou apenas cinco dias no cargo e não chegou a ter uma cerimônia de posse. Acusações de plágio em suas teses acadêmicas e de falsificação no currículo o levaram a pedir demissão.
Bolsonaro, que repudia o pedagogo Paulo Freire, considerado patrono da Educação brasileira, venceu as eleições com a proposta de mudar paradigmas nessa área, combater a ideologia de gênero – pauta que vinha sendo travada pelo ex-ministro Abraham Weintraub – e priorizar o investimento na educação básica.
O nome do pastor Milton Ribeiro é visto com bons olhos pelos parlamentares da bancada evangélica, que veem em sua indicação uma forma de garantir que as pautas ideológicas de esquerda não serão enfatizadas ao longo dos próximos anos como vinham sendo nos quatro últimos mandatos presidenciais.
Publicamente, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, pastor Silas Câmara, nega que o grupo de deputados tenha tentado influenciar Bolsonaro na escolha:
“Não há grupo evangélico no governo […] Não é verdade que temos [bancada evangélica] preferência por alguém ou que nós estejamos vetando alguém, e nem acredito que líderes evangélicos não-parlamentares também estejam indicando ou pressionando por alguém […] Nossa posição é que o presidente Bolsonaro tem nossa confiança e que ele escolha quem melhor atender o que o governo tem planejado para a Educação no Brasil”, comentou o pastor numa entrevista recente.
Os outros dois nomes que estavam sendo analisados com maior chance de escolha também eram evangélicos: o professor da Universidade de Brasília (UNB) Ricardo Caldas, e o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia.
Caldas é economista e professor de ciência política, tem doutorado em relações internacionais pela Universidade de Kent em Canterbury, Reino Unido, e contava com apoio de integrantes da bancada evangélica ligados à Assembleia de Deus.
Já Correia era destacado como um nome que poderia unir duas alas que ajudam a sustentar o governo e nem sempre andam juntas, pois conta com apoio de pastores evangélicos próximos do governo e também goza de prestígio na ala militar.