Nos últimos dias ventilou-se rumores de que a bancada evangélica estaria sendo consultada pelo presidente Jair Bolsonaro a respeito dos nomes avaliados para o Ministério da Educação, mas o pastor Silas Câmara, deputado federal que lidera o grupo, negou que exista tal influência.
“Não há grupo evangélico no governo”, disse Silas Câmara ao portal BR Político, do Estadão. O parlamentar enfatizou que a suposição de que os parlamentares evangélicos exercem influência em bloco nas decisões de Bolsonaro não condiz com a realidade.
A composição do ministério de Bolsonaro, lembrou Câmara, é composta majoritariamente por nomes ligados à ala militar, além do grupo que compõem a chamada “ala ideológica”, como por exemplo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que foi indicado ao presidente pelo escritor e filósofo Olavo de Carvalho.
Os ministros evangélicos do governo, como Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos), André Mendonça (Justiça) e Onyx Lorenzoni (Cidadania) foram escolham pessoais de Bolsonaro, pontuou Silas Câmara.
“Não é verdade que temos [bancada evangélica] preferência por alguém ou que nós estejamos vetando alguém, e nem acredito que líderes evangélicos não-parlamentares também estejam indicando ou pressionando por alguém […] Nossa posição é que o presidente Bolsonaro tem nossa confiança e que ele escolha quem melhor atender o que o governo tem planejado para a Educação no Brasil”, comentou o pastor.
Ao longo desta semana, os rumores sobre o próximo ministro da Educação giraram em torno do nome do pastor Milton Ribeiro, que já integra o governo do presidente Jair Bolsonaro como integrante da Comissão de Ética da Presidência, além do professor da Universidade de Brasília (UNB) Ricardo Caldas, e o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia.
Ribeiro é ligado à Igreja Presbiteriana de Santos (SP), doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Direito Constitucional pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde já foi vice-reitor.
Caldas é economista e professor de ciência política, tem doutorado em relações internacionais pela Universidade de Kent em Canterbury, Reino Unido, e agrada desde integrantes da bancada evangélica ligados à Assembleia de Deus, até membros da equipe econômica.
Já Correia é visto como um nome que poderia unir duas alas que ajudam a sustentar o governo e nem sempre andam juntas, pois conta com apoio de pastores evangélicos próximos do governo e também goza de prestígio na ala militar.