A novela Salve Jorge, exibida pela TV Globo, tornou-se o centro de uma polêmica no meio evangélico após a veiculação de uma campanha de boicote à produção nas redes sociais, promovida pelo grupo de fiéis Exército Universal, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
O pastor Márcio de Souza, escritor e colunista do Gospel+, publicou um artigo sobre o assunto em seu site, intitulado “Alerta: toda verdade sobre Salve Jorge”, em que crítica “a demonização” que vem sendo feito em torno da novela.
O artigo do pastor refuta as teorias em torno da novela, que falam, entre outras coisas, que a produção seria consagrada ao demônio Ogum: “A Globo vai ficar se dando o trabalho de ficar consagrando novela para o demônio pra que? Já que os crentes já assistem, assimilam e torcem para os valores errados em toda novela que pinta. Seria uma perda de tempo do capeta se meter nisso. Pro diabo, se melhorar, estraga”, ironiza o pastor.
Entretanto, Souza adianta que não acompanha as produções: “Antes que digam que sou noveleiro, quero dizer que não curto novela, mas também não condeno quem curte. A minha opção é priorizar coisas melhores”.
O pastor encerra fazendo menção à incoerência das críticas a essa novela especificamente, e à omissão em relação à última produção exibida no horário das 21h00, Avenida Brasil: “Eu tenho horror desse burburinho que se cria por causa de um simples título de novela. Fazemos coisas muito piores nos nossos templos do que sugere esse nome de novela e ninguém fala nada. Coamos um mosquito, mas engolimos um camelo. mas tudo bem né, se for um Jorginho gospel ou o Jorge tufão ta tudo certo, não pode é ter nome de santo”.
A autora de Salve Jorge, Glória Perez, afirmou que a tentativa de boicote à produção se deu por interesses comerciais, já que a iniciativa partiu de gente ligada à IURD, liderada por Edir Macedo, proprietário da TV Record e concorrente da Globo: “Não vejo boicote nenhum dos evangélicos, o que vejo são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo”, observou em entrevista ao jornal O Dia.
Leia abaixo a íntegra do artigo do pastor Márcio de Souza:
Ai meu Deus… Lá vem os crentes com a demonização das coisas novamente. Assim nem o diabo aguenta! Bastou pintar uma novela com o nome SALVE JORGE e a crentada já ficou toda em alerta vermelho com os ataques de satã. haja paciência. Antes que digam que sou noveleiro, quero dizer que não curto novela, mas também não condeno quem curte. A minha opção é priorizar coisas melhores.
Eis aqui algumas teorias sobre Salve Jorge:
1- Salve Jorge é consagrada ao demônio Ogum que é São Jorge no sincretismo. Resposta: Porcaria nenhuma, a globo vai ficar se dando o trabalho de ficar consagrando novela para o demônio pra que? Já que os crentes já assistem, assimilam e torcem para os valores errados em toda novela que pinta. Seria uma perda de tempo do capeta se meter nisso. Pro diabo, se melhorar, estraga.
2- As pedras preciosas e o balangandã (entre SALVE e JORGE) no logotipo da novela indicam que Jorge está entronizado na novela. Resposta: Problema é dele e de quem entronizou ele. A opinião bíblica sobre isso é que o único que está entronizado, assentado sobre um trono é Cristo e não Jorge.
3- São Jorge é o orixá que rege a Globo. Resposta: Ele pode até reger a Globo, mas não rege a minha vida, nem tampouco influencia o que eu penso ou faço. O dono da minha vida é Cristo.
Mas a verdade mesmo é que esse nome foi dado a novela por conta dela acontecer parte na Turquia (Capadócia), cidade natal de Jorge e parte por ter um protagonista que é devoto de São Jorge e toca na igreja católica em determinada festividade por conta disso. Eu tenho horror desse burburinho que se cria por causa de um simples título de novela. Fazemos coisas muito piores nos nossos templos do que sugere esse nome de novela e ninguém fala nada. Coamos um mosquito, mas engolimos um camelo. mas tudo bem né, se for um Jorginho gospel ou o Jorge Tufão ta tudo certo, não pode é ter nome de santo.
Em tempo: A novela não fala de são Jorge, e sim do mito do guerreiro. E a única referência ao santo é o fato dele ser o padroeiro da cavalaria da trama.
E no mais, tudo na mais santa paz!
Por Tiago Chagas, para o Gospel+