O horizonte de perseguição religiosa na Bolívia com o Novo Código do Sistema Criminal, que prevê cadeia a quem evangelizar ou convidar alguém para participar de um culto, tem colocado os pastores evangélicos do país em alerta, mas um grupo ligado a igrejas brasileiras anunciou resistência à restrição da liberdade religiosa e de expressão.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um depoimento do pastor Júlio César Barros, que lidera a Assembleia de Deus em Cochabamba, terceira maior cidade boliviana, afirmou que houve uma alienação política por parte das lideranças cristãs no país, pois o assunto só se tornou de conhecimento dos evangélicos próximo do fim da tramitação no Poder Legislativo.
“De fato, essa nova lei aprovada pela câmara vai entrar em vigor em 18 meses. Porém através da movimentação dos médicos na Bolívia, que já estão há mais de 50 dias de greve, todas as coisas que eles estão fazendo, por que afetaram muito o direito dos profissionais da área de saúde, descobrimos essa lei que foi aprovada contra a Igreja do Senhor Jesus”, disse o pastor Júlio César Barros.
O vídeo, gravado nos bastidores da 35ª Convenção Nacional da Bolívia, traz ainda a impressão dos pastores que atuam no território boliviano a respeito da nova lei: “No artigo 88, consta ali que se nós pregarmos a Palavra ou evangelizarmos alguém e levamos para a igreja, se fomos denunciados, qualquer pessoa que faz esse trabalho quer seja missionário, pastor até mesmo membro da nossa igreja, essa pessoa vai para a prisão e vai pegar uma pena de 7 a 12 anos”, lamentou.
“E não fica só por aí. A instituição ou a igreja dessa pessoa tem que dar uma indenização para a pessoa [que for evangelizada]”, destacou Barros.
União
Para Barros, a provação está sendo permitida por Deus para que as igrejas que atuam no país se unam: “Hoje de manhã estivemos reunidos através de uma convocação da Associação Nacional das Igrejas Evangélicas da Bolívia que representa as igrejas protestantes na Bolívia. De todos os pastores a maior parte da liderança das igrejas evangélicas esteve presente ao mesmo tempo tomando decisões para mandar uma posição para o governo”, contextualizou.
“Muito dos pastores se reconciliaram, porque reconheceram que a mão de Deus está trabalhando para que as igrejas se unam e glorificamos a Deus pelo pastor João Martins que tomou conhecimento e foi usado poderosamente por Deus em uma mensagem que veio do coração de Deus para os nossos corações. Estávamos aflitos, mas a palavra de Deus trouxe consolo para nossa alma”, pontuou.